Sob pressão, Partyka alimenta sonho olímpico e quer Rio 2016 perfeito
- Danilo Vital
- Direto de Londres
Por todo o Parque Olímpico de Londres e em enormes banners cobrindo passarelas no shopping Westfield, anexo ao local, figuram grandes estrelas britânicas e astros mundiais como Usain Bolt e Oscar Pistorius. Entre eles, uma polonesa do tênis de mesa conseguiu encontrar um lugar de destaque depois de competir nos Jogos Olímpicos e chegar à Paralimpíada como grande favorita. Pressionada, Natalia Partyka aproveita o sucesso para alimentar o sonho de uma medalha em 2016, esperando que o evento no Rio de Janeiro seja perfeito.
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"Na Olimpíada eu não tinha nada a perder porque ninguém esperava que eu fosse ganhar uma medalha, mas aqui todo mundo espera que eu vença fácil, então a pressão é grande. Na verdade é enorme", disse a polonesa de 23 anos, que na quinta-feira ajudou sua equipe a eliminar o Brasil na disputa por duplas do tênis de mesa classe 6-10. Nessa competição pode vir seu segundo ouro, já que o primeiro foi garantindo no individual, com vitória complicada sobre a chinesa Qian Yang. Não foi tão fácil.
Essa pressão foi a principal diferença apontada por Partyka entre disputar a Paralimpíada e a Olimpíada de Londres. No evento paralímpico sua experiência é grande: participou pela primeira vez aos 11 anos de idade, em Sydney 2000. Desde então, foi ouro em Atenas 2004 e Pequim 2008, além de Londres. O próximo passo, para ela, é alcançar o sonho de subir no pódio em um evento olímpico.
"É meu sonho. É muito difícil uma medalha de ouro, prata ou bronze, porque tem muitas jogadoras asiáticas boas, mas eu espero que não esteja fora de alcance. Eu sei que tenho que treinar, tenho que tentar fazer algo para dar meu melhor. Não é fácil, mas não significa que é impossível", disse, no centro de convenções ExCel. A deficiência - o braço direito amputado abaixo do cotovelo o qual usa para lançar a bolinha nos saques - não a atrapalhará em nada, afirmou.
Natalia elogiou a estrutura encontrada em Londres, mas afirmou que espera ainda mais para os Jogos do Rio 2016. "Até agora tudo está bem, de verdade. Eles prepararam tudo a tempo e nós temos condições muito boas para jogar. Acho que o Rio vai ser igual, até melhor. Melhor significa que vai ser perfeito", apontou a atleta. Talvez assim ela alcance o sonho da medalha olímpica e possa finalmente se sentir uma superestrela. Mesmo exposta em todos os lugares na capital britânica, Partyka se esquivou do rótulo.
"Eu vi essas fotos. Para mim está tudo bem, mas eu não me sinto uma superestrela. Eu só estou fazendo meu trabalho, e tentando fazê-lo o melhor que posso. Estou concentrada mais no tênis de mesa, então aqui estou tentando fazer tudo 100%. A Visa (patrocinadora da atleta e do evento), por exemplo, colocar algumas fotos é muito legal, mas não é o mais importante para mim", complementou o destaque da delegação paralímpica da Polônia.