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Olimpíada 2016

Alvo de insultos, Joanna Maranhão desabafa e relembra abuso

9 ago 2016 - 15h09
(atualizado às 15h47)
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Joanna Maranhão faz 18º tempo e está fora das semifinais
Joanna Maranhão faz 18º tempo e está fora das semifinais
Foto: Satiro Sodre/SSPress / LANCE!

Joanna Maranhão desabafou à beira da piscina dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro após ser a última colocada de uma série eliminatória dos 200m borboleta, no início da tarde desta terça-feira. Alvo de insultos em suas redes sociais por causa dos maus resultados, a nadadora pernambucana desabafou em entrevista ao SporTV, recordou o abuso sexual sofrido na sua infância e prometeu recorrer à Justiça.

"É direito das pessoas não gostarem do meu rendimento. Todo o mundo quer que um atleta brasileiro esteja no pódio, mas nem todo mundo compreende a competitividade da natação. Isso é compreensível. O que ultrapassa os limites é desejar que eu seja estuprada, que a minha mãe morra, que um bandido me mate, que eu me afogue, falar que a história da minha infância foi inventada para estar na mídia. As pessoas se sentem seguras atrás de um computador", reclamou Joanna.

A história à que Joanna se refere foi revelada por ela com exclusividade à Gazeta Esportiva, em fevereiro de 2008. Na época, a atleta acusou Eugênio Miranda, um ex-treinador, de abuso sexual, e o caso ganhou grandes proporções - até uma lei federal com o nome da nadadora chegou a ser aprovada, com alterações nas regras sobre a prescrição dos crimes de pedofilia e estupro praticados contra crianças e adolescentes.

Segundo Joanna, ela é uma vítima corriqueira de perseguição virtual por causa dos seus posicionamentos fortes. "Falo muita coisa que outros atletas não falam", apontou. "Mas, quando a situação passa para a minha infância, para o desrespeito para com as mulheres ou por eu ser do Nordeste, tomo as medidas jurídicas", avisou.

Além de ter participado das eliminatórias dos 200m borboleta, Joanna Maranhão competiu nos 200m medley (foi a penúltima colocada de sua série, na segunda-feira) e nos 400m medley (ficou na terceira posição da sua série e, assim como as duas competidoras que estavam à sua frente, não obteve índice para avançar à final). "Não sei quatros atletas temos na delegação do Brasil, mas o dobro ou o triplo queriam estar aqui e não conseguiram", orgulhou-se.

Joanna Maranhão não é a primeira atleta olímpica brasileira que sofre com insultos pesados na internet em função de um fracasso. Primeira medalhista de ouro do País nos Jogos do Rio de Janeiro, a judoca Rafaela Silva foi alvo de racismo depois da desclassificação em Londres 2012.

Gazeta Esportiva Gazeta Esportiva
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