Baía de Guanabara passa em teste, mas ainda requer atenção
A Baía de Guanabara foi aprovada ao final do evento-teste de vela, neste sábado, no Rio de Janeiro. Apesar da avalição positiva, a Federação Internacional de Vela (ISAF) e os atletas reforçam que o lugar ainda merece um toque de atenção.
“Sem dúvidas que foi uma boa semana para velejar, e a poluição não prejudicou nenhum atleta. Mas temos que ficar alertas porque ainda há muito trabalho a ser feito”, disse o presidente da ISAF, Alastair Fox.
Mas não foi a poluição apenas que foi avaliada. A qualidade da água também foi comentada. A atleta neozelandesa Jo Aleh disse que viu um panorama bem diferente do ano passado, quando visitou o Rio pela primeira vez. “Venho da Nova Zelândia, onde a qualidade da água é espetacular, mas acho que o Rio está melhorando".
A mesma opinião tem o técnico da equipe brasileira, Torben Grael: “a condição da água para a Baía de Guanabara esteve boa. Mas, se compararmos com outros lugares do mundo, foi ruim”, disse Grael.
Torben concorda com Fox de que o trabalho de limpeza da Baía não pode ser deixado de lado em nenhum momento. “Não podemos nos acomodar, porque corremos o risco de que em 2016 a coisa seja muito pior”, disse, lembrando que o problema de esgoto na Marina da Glória, local base dos atletas nas Olimpíadas, persiste. “Temos que evitar que o lixo, por exemplo, atrapalhe uma prova de disputa de medalha”, disse Fox.
Diretor do Comitê Organizador da Rio 2016, Rodrigo Garcia disse que há atualmente 12 ações por parte do governo do Estado para a limpeza das águas e melhora na qualidade da mesma. “Vamos manter e ampliar esse trabalho para entregar o local nas melhores condições possíveis”, afirmou.
Para o francês Jonathan Lobert, em Pequim os atletas também enfrentaram muitos problemas no local de competição. “É bom saber que estão fazendo coisas para melhorar, porque competir de frente para o Pão de Açúcar foi incrível”, comemorou.
Para o evento-teste de 2015, a ISAF afirmou que ainda há coisas a melhorar na organização, no balizamento das raias, mas elogiou ter podido trabalhar com a organização brasileira a dois anos da competição. “Testamos muitas coisas em conjunto, vimos onde precisamos melhorar e entendemos o que eles querem”, afirmou Walter Boddener, diretor de vela dos Jogos de 2016.
Os atletas ainda elogiaram a raia de Copacabana. “Disputar em alto mar traz mais desafios, te faz velejar com outra técnica”, disse Jo Aleh. Para o ano que vem, a prova deve ganhar mais um dia para evitar que se percam tantas provas por falta de vento como esse ano. “O evento de 2015 será mais próximo do que será o evento olímpico”, concluiu Fox.