Por saúde dos cavalos, atletas desistem de campeonatos importantes
Na semana passada, a história da amazona holandesa Adelinde Cornelissen e seu cavalo Parzival emocionou.
“Dois corações”, esse é slogan do hipismo para os Jogos Olímpicos. Não à toa, esse é o único esporte que alia as habilidades do atleta e seu animal, que precisa estar em perfeitas condições de competição. Trata-se de uma parceria construída ao longo de meses e exige extrema cumplicidade entre ambas as partes.
Na semana passada, a história da amazona holandesa Adelinde Cornelissen e seu cavalo Parzival emocionou. Vítima de uma picada de inseto, o cavalo teve febre e ficou com a cabeça inchada. E, apesar da dedicação e melhora após o tratamento, Cornelissen preferiu abrir mão da disputa nos Jogos para preservar a saúde da sua dupla.
"Quando nós entramos, eu senti que ele estava dando o seu melhor, e sendo o lutador que é, ele nunca desiste... Mas para protegê-lo, eu desisti... Meu amigo, meu parceiro, o cavalo que me deu tudo por toda a sua vida não merece isso. Então, eu deixei a arena...”, disse a amazona. O relato viralizou e emocionou a todos.
Infelizmente, esse não é o primeiro caso de desistência no hipismo, que não permite que um cavalo seja substituído por outro em competições. Uma cirurgia na face de Dixson, cavalo do canadense Ian Millar, 69 anos, o tirou da disputa na Rio 2016. Caso viesse aos Jogos, Millar participaria de sua 11a Olimpíada.
Situação semelhante ocorreu com a amazona brasileira Karina Johannpeter, que teve de abrir mão da sua vaga nos Jogos Pan-Americanos 2015, em Toronto, dias antes de embarcar para a disputa, devido a uma sensibilidade no cavalo Casper 150, “O desgaste durante a seletiva é grande para o animal e o que ocorre muitas vezes é que o melhor momento do cavalo acontece antes dos jogos. No nosso esporte lidamos com seres vivos e é difícil manter o animal por um longo período de tempo no auge da forma física”, declarou Karina na época.
Uma contusão também tirou um grande atleta dos Jogos Equestres Mundiais 2014. Totilas, cavalo alemão que disputaria com o cavaleiro Mathias Rath, tinha um histórico de excelentes apresentações em campeonatos de hipismo, mas ficou fora do Mundial de 2014 devido a um machucado durante os treinos.