Índios disputam Brasileiro de Tiro com Arco no RJ
Quando os colonizadores portugueses chegaram ao Brasil, os índios já habitavam em solo tupiniquim. Com uma cultura diferente, onde o arco e a flecha simbolizam a caça ou a sobrevivência. No entanto, com o passar do tempo, os instrumentos viraram equipamentos esportivos.
Acontece no Rio de Janeiro, o 40º Campeonato Brasileiro de Tiro com Arco, que começou nesta quinta-feira e encerra neste sábado, e 220 atletas participam da competição no Sambódromo, palco da disputa também nos Jogos Olímpicos de 2016. Dentre os competidores, quatro indígenas do Amazonas integram a competição.
Gustavo e Josiel, ambos de 18 anos, fazem parte do Projeto Arqueria Floresta Flecha e demonstram empolgação com a chance de ver de perto grandes atletas. “Primeira vez que a gente vê tanta gente numa competição”, admitiu Josiel. “É a segunda vez que venho ao Rio, mas é cedo para pensar nos Jogos de 2016”, admitiu Gustavo.
Representantes das aldeias Terra Preta (Josiel) e Kuanãan (Gustavo), os dois atletas não deixam os estudos de lado. Gustavo, que está no segundo ano do Ensino Médio, sonha ser engenheiro civil. Josiel, que cursa o 9º ano do Ensino Fundamental, ainda não decidiu qual profissão seguir.
Os dois, que moram em Manaus e visitam as aldeias duas vezes por mês, vieram participar do Brasileiro acompanhados do treinador Roberval e de dois integrantes do Projeto: Guibson, de 22 anos, e Drean, de 17. No Amazonas, Jardel, Graziela e Nelson ficaram treinando.
Diferentemente de outros atletas que podem comprar equipamentos importados e caros, os índios praticam Tiro com Arco com arcos e flechas emprestados pela Federação de Manaus.