Brasil sonha alto na Paralimpíada: em incentivo e resultado
O grande desafio do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) é ir além de um sonhado quinto lugar nos Jogos de 2016. Para isso, a entidade tenta ampliar o orçamento para seguir mantendo o País entre os primeiros no esporte paralímpico mundial.
“Gostaríamos que o principal legado dos Jogos fosse ampliar o financiamento privado do nosso esporte”, afirmou o presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro, Andrew Parsons, que trabalha com seu orçamento baseado no que recebe de parcerias com os executivos dos três níveis.
Mesmo trabalhando com um número de apenas R$ 80 milhões anuais, o CPB pretende aproveitar os Jogos de 2016 para ganhar as ruas. “O Comitê Paralímpico Britânico conseguiu manter nove patrocínios após os jogos e trabalhamos em cima de uma meta parecida”, afirmou.
Potência nas Américas, onde desde 2007 se mantém no primeiro lugar dos Jogos Parapanamericanos, o Brasil quer, dentro de casa, saltar do sétimo para o quinto lugar, lutando contra potências como Austrália, Estados Unidos e Ucrânia.
“Queremos não apenas ganhar mais medalhas de ouro (em Londres foram 21), mas tirar medalhas desses países”, afirma, apostando em nomes conhecidos como André Brasil e Alan Fonteles, assim como em promessas como a mesatenista Bruna Alexandre e o canoísta e ex-BBB, Fernando Fernandes.
Além de ganhar apoio das empresas, Parsons quer apoio do público. “Certamente o Brasil vai dar show nesse aspecto. Vamos ouvir muito o hino nacional nas competições e tenho certeza que o público vai fazer uma festa muito bonita nas arquibancadas”, disse. A venda de ingressos começa em breve com preços bem mais populares e acessíveis que os Jogos Olímpicos.
A 499 dias para a abertura dos Jogos, Parsons anunciou que, pela primeira vez, a tocha paralímpica vai ganhar um revezamento. Ela vai sair de Stoke Mandeville, na Inglaterra, berço dos jogos paralímpicos, percorrer cinco cidades brasileiras e chegar ao Rio no dia 6 de setembro para no dia 7 acender a pira. O trajeto ainda não está definido, mas cada pessoa deve percorrer 200 m. Mas cada pessoa que quiser vai poder dar sua contribuição virtual para acender a tocha e participar da festa.
Baía de Guanabara
Andrew Parsons teve que responder ainda sobre os problemas que o Rio atravessa na limpeza das águas da Baía de Guanabara e da Lagoa Rodrigo de Freitas, que vão receber eventos olímpicos e paralímpicos. Como membro executivo do Comitê Paralímpico Internacional, o dirigente disse que não há plano B para as provas de vela e canoagem.
”Vão ser disputadas nos locais previstos”, disse, apesar de a Federação Internacional de Vela começar a pressionar o Comitê Organizador a buscar alternativas, já que o Governo do Estado não vai cumprir a meta de despoluir 80% da Baía de Guanabara até os jogos.