Controle de doping é igual para olímpicos e paralímpicos
Embora apresentem condições especificas para a prática de atividades esportivas, atletas olímpicos e paralímpicos são tratados com o mesmo rigor quando o assunto é doping. Essa é uma regra que vale não apenas para o período de competições oficiais. Tanto uns quanto outros podem ter de se submeter a exames do gênero a qualquer instante, de acordo com determinação de seus respectivos comitês internacionais.
Há entre os paralímpicos, tal a complexidade de vários casos, a necessidade de uma Autorização de Uso Terapêutico (AUT), documento no qual são listados os medicamentos usados pelos competidores quando em tratamentos que exigem remédios ou substâncias proibidos pela Agência Mundial Antidopagem (WADA).
As etapas e procedimentos de exames para olímpicos e paralímpicos são idênticos - sempre respeitadas as limitações físicas e intelectuais de cada um. "Em alguns casos, com autorização ou pedido expresso do atleta, ele pode pedir auxílio a um representante, mas tudo deve estar registrado no formulário de coleta e tudo deve ser feito respeitando as normas e procedimentos padrões de coleta", disse ao Terra a diretora de operações interina da Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD), Adriana Taboza.
Isso abrange a quantidade coletada de urina ou sangue para os exames. "É o mesmo modelo para atletas olímpicos e paralímpicos. No caso de uma amostra de sangue, o máximo que pode ser coletado é 19 ml, e no caso de urina o mínimo é 90 ml."
Ela explicou que todos os atletas de ponta, como os que disputam a Paralimpíada no Rio, têm consciência do rigor sobre questões relacionadas à doping.
"A ABCD parte do princípio que o atleta, sendo ele olímpico ou paralímpico, sabe que o jogo limpo é regra, e que todos eles, sem exceção, devem ter conhecimento de todos os regulamentos e normas de conduta sobre as competições de alto nível que participam. Alegar desconhecimento não é atenuante para um caso de dopagem."
Principal referência sobre o assunto no País, a ABCD não dispõe de dados atualizados sobre o número de casos de doping entre atletas portadores de deficiência - controle feito pelo Tribunal de Justiça Desportiva do Comitê Paralímpico Brasileiro. "Mas é possível dizer que o número é bem inferior ao número de casos dos atletas que fazem parte do programa olímpico de modalidades, declarou Adriana Taboza.