Vôlei sentado treina forte em busca de medalhas para Brasil
Quem imagina que o ritmo dos atletas de vôlei sentado, uma das modalidades paralímpicas mais badaladas na Rio 2016, é mais cadenciado e menos puxado que o do vôlei olímpico, por exemplo, pode levar um susto ao ver Seleções Brasileiras, masculina e feminina, em atividade. O grupo é bastante exigido e corresponde.
“São atletas de ponta, de alto rendimento e que sabem que só com muito treinamento podem chegar ao pódio. Não tem moleza. A preparação foi intensa, de muito esforço e dedicação e estamos otimistas”, contou ao Terra o presidente da CBDV (Confederação Brasileira de Voleibol para Deficientes), Amauri Ribeiro, da geração de prata do vôlei do Brasil em 1984 (Los Angeles) e depois medalhista de ouro nos Jogos de Barcelona de 1992.
Tanto a Seleção dos homens quanto a das mulheres reúne atletas de perfis diferentes. São amputados, notadamente dos membros inferiores; acometidos de lesão na coluna vertical; alguns que sofrem de paralisia cerebral ou de alguma outra deficiência locomotora, como sequela de poliomielite. É comum encontrar no grupo vítimas de acidente de motocicleta.
O vôlei sentado guarda semelhanças com o vôlei tradicional: são seis competidores de cada lado e cinco sets (quatro de 25 pontos e o tie-break de 15). Ganha quem fizer três sets. Uma diferença lógica é altura da rede (1,15m para o masculino e 1,05m para o feminino).
“Temos no Brasil 40 equipes de vôlei sentado e é do campeonato nacional que sai a nossa lista para a seleção. Isso vale para os dois gêneros, embora haja um menor número de clubes para as mulheres. Por questões óbvias, não temos nesse esporte categorias de base e nesse aspecto, de preparação dos atletas, não há como fazer comparações com o vôlei tradicional”, disse Amauri.
De acordo com o campeão olímpico, alguns atletas da seleção conseguem viver do que recebem – bolsa-pódio, bolsa-atleta – de programas do governo federal. Outros, no entanto, têm uma atividade fora do esporte.
“Pra mim é cada vez mais evidente que o esporte é a melhor e mais rápida ferramenta para a reintegração desses atletas à sociedade. Eles dão a volta por cima e há um resgate da autoestima. É um trabalho gratificante.”