Parque Olímpico abandonado compromete legado da Rio 2016
Muito se falou sobre o legado esportivo da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos. Já tinha sido assim quando do Pan-Americano de 2007, no Rio. O que se vê é a repetição dos fatos. Arenas em desuso ou mal aproveitadas e promessas que se esvaem com o tempo. Seis meses depois da Olimpíada, as instalações construídas, definitivamente ou temporariamente, estão à espera de alguma competição ou intervenção.
O exemplo mais concreto de abandono vem do Parque Olímpico, uma área imensa nos arredores da Barra da Tijuca e que custou cerca de R$ 2,5 bilhões. Ali houve a concentração de grande parte das disputas envolvendo várias modalidades.
Em 21 de janeiro, o prefeito Marcelo Crivella abriu o parque para funcionar como área de lazer, com ênfase na prática esportiva ao ar livre. Um dos problemas para quem se aventura a dar um pulo no local é a ausência de bebedouros. Há ainda o risco de acidentes por causa de rachaduras no piso e da exposição de fiações sem proteção.
Crivella disse que o governo federal deverá assumir a manutenção do parque em março e apostou na revitalização do espaço em razão do Rock In Rio – festival programado para setembro nas dependências do coração da Olimpíada.
Uma outra questão delicada é o mau cheiro que exala da Lagoa de Jacarepaguá que margeia o parque. Com o forte calor das últimas semanas, a quantidade de esgoto despejada ali por moradores do entorno acaba provocando mal-estar aos visitantes.
No parque, cabe ao Ministério do Esporte a responsabilidade pela desmontagem do Centro Aquático e da Arena do Futuro, onde houve os jogos de handebol e que será convertida em quatro escolas municipais. Já a gestão da Arena 3 é do município. O local abrigou competições de esgrima e taekwondo e vai virar uma escola voltada para a prática de esportes.
Das nove instalações que compõem o Parque Olímpico, a promessa inicial é que sete seriam mantidas após os Jogos, incluindo ainda a Arena Rio, o Parque Aquático Maria Lenk, as Arenas 1 e 2 e o Centro de Tênis. No entanto, isso ainda está indefinido.
O Velódromo, a princípio, seria desmontado, mas seu destino continua incerto. Essa dúvida é extensiva à construção de uma pista de atletismo de padrão internacional, duas quadras de vôlei de praia e um alojamento para atletas de alto rendimento e de base. Essas benfeitorias para o parque constavam da cartilha do legado olímpico. Mas, até agora, nada foi feito.