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Superação

Como um salto mudou a história do atletismo feminino do País

O ouro não veio fácil para a campeã olímpica de Pequim 2008 Maurren Maggi. Foi preciso muito treino, persistência e superação

22 ago 2016 - 08h00
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Em 2008, aos 32 anos, a brasileira Maurren Maggi foi para as Olimpíadas de Pequim, na China, com o objetivo de cravar seu espaço no esporte. Mas fez muito mais do que isso: tornou-se a primeira mulher brasileira campeã olímpica em uma prova individual, alcançando, assim, o status de ícone do atletismo brasileiro.

Voltou para casa com um ouro no peito depois da prova de salto em distância, em que atingiu 7,04 metros.

Em 2008, aos 32 anos, a brasileira Maurren Maggi tornou-se a primeira mulher brasileira campeã olímpica em uma prova individual depois da prova de salto em distância, em que atingiu 7,04 metros, em Pequim 2008
Em 2008, aos 32 anos, a brasileira Maurren Maggi tornou-se a primeira mulher brasileira campeã olímpica em uma prova individual depois da prova de salto em distância, em que atingiu 7,04 metros, em Pequim 2008
Foto: Instagram / Reprodução

Antes disso, no entanto, a carreira de Maurren teve diversos altos e baixos. A saltadora e velocista chegou, inclusive, a ficar dois anos sem treinar antes de conquistar o 1º lugar no pódio e ser aplaudida de pé pelo mundo todo.

A dedicação aos esportes começou aos 7 anos. Ginástica, natação, vôlei, tênis de mesa e até xadrez. Tudo lhe chamava a atenção. Na adolescência, porém, o atletismo falou mais alto. Depois de algumas competições em São Carlos, no interior de São Paulo, Maurren foi convidada a participar de uma iniciativa esportiva do governo.

Desembarcou sozinha na capital paulista e deu início aos treinamentos ao lado de outras 15 garotas.

A carreira de atleta profissional começou em 1996, aos 20 anos. Uma medalha de bronze na Universíade – evento para atletas universitários – em Palma de Mallorca, na Espanha, e a melhor marca no Campeonato Sul-americano de Atletismo em Bogotá, na Colômbia, a projetaram internacionalmente.

O primeiro ouro veio em 1999, na sua primeira participação nos Jogos Pan-americanos, em Winnipeg, no Canadá. História que se repetiu nos Jogos do Rio 2007 e Guadalajara 2011.

O primeiro ouro veio em 1999, na sua primeira participação nos Jogos Pan-americanos, em Winnipeg, no Canadá. História que se repetiu nos Jogos do Rio 2007 e Guadalajara 2011
O primeiro ouro veio em 1999, na sua primeira participação nos Jogos Pan-americanos, em Winnipeg, no Canadá. História que se repetiu nos Jogos do Rio 2007 e Guadalajara 2011
Foto: Instagram / Reprodução

No mesmo ano, recebeu o prêmio de Atleta do Ano, entregue pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB). Foi para os Jogos Olímpicos de Sidney, na Austrália, em 2000, como uma das favoritas, mas acabou sendo obrigada a deixar a competição por conta de uma lesão na coxa.

Em maio de 2001, já recuperada, voltou a quebrar recordes e se manteve em uma trajetória ascendente até 2003, quando uma suspeita de doping a manteve longe das Olimpíadas de Atenas, na Grécia, em 2004, e longe do esporte por dois anos.

A volta por cima

Durante o tempo em que ficou afastada do esporte, Maurren se dedicou à filha, Sophia, nascida em dezembro de 2004, e ao marido, o ex-piloto de Fórmula 1 Antônio Pizzonia.

A volta ao esporte aconteceu com o fim do relacionamento, em 2006, e uma preocupação com o futuro da filha. Voltou a treinar em ritmo intenso visando os Jogos Pan-americanos do Rio de Janeiro, em 2007.

A saltadora se tornou a primeira atleta brasileira a conquistar uma medalha de ouro no atletismo olímpico desde Joaquim Cruz, em Los Angeles 1984
A saltadora se tornou a primeira atleta brasileira a conquistar uma medalha de ouro no atletismo olímpico desde Joaquim Cruz, em Los Angeles 1984
Foto: Instagram / Reprodução

Os bons resultados não demoraram a chegar. A ex-atleta retornou a sua melhor forma conquistando ouro no Rio e prata em Valência, na Espanha, no Campeonato Mundial de Atletismo em Pista Coberta.

A maior prova, no entanto, ainda estava por vir. O retorno aos Jogos Olímpicos.

O ouro em Pequim

Após dois anos afastada, Maurren teve uma excelente reestreia. Chegou na final com a melhor marca. A russa Tatiana Lebedeva, campeã olímpica da prova em Atenas 2004, foi quem saltou por último. O placar eletrônico marcou 1 cm a menos do que Maurren. O ouro estava ganho.

A saltadora se tornava a primeira atleta brasileira a conquistar uma medalha de ouro no atletismo olímpico desde Joaquim Cruz, em Los Angeles 1984.

“É muito gratificante ver a nossa bandeira subir no lugar mais alto do pódio e ouvir nosso hino nacional. O mundo inteiro tá ouvindo. É muito lindo”, disse ela, em entrevista logo após a vitória.

A medalhista anunciou o fim de sua carreira em 2015, tendo fechado seu ciclo no esporte ao carregar a Tocha Olímpica da Rio 2016 em São Carlos, sua cidade natal. Hoje segue como comentarista esportiva em um canal de televisão
A medalhista anunciou o fim de sua carreira em 2015, tendo fechado seu ciclo no esporte ao carregar a Tocha Olímpica da Rio 2016 em São Carlos, sua cidade natal. Hoje segue como comentarista esportiva em um canal de televisão
Foto: Instagram / Reprodução

Depois do feito, a Prefeitura de São Paulo fez uma homenagem à saltadora e criou o Troféu Maurren Maggi, que tem o intuito de iniciar crianças e adolescentes no atletismo.

A medalhista anunciou o fim de sua carreira em 2015, tendo fechado seu ciclo no esporte ao carregar a Tocha Olímpica da Rio 2016 em São Carlos, sua cidade natal. Hoje segue como comentarista esportiva em um canal de televisão.

Fonte: Terra
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