O eterno capitão do vôlei brasileiro avisa: se render jamais
Campeão olímpico e mundial, Nalbert Bittencourt desafiou a medicina e provou, em quadra, que só vence quem se dedica e acredita em si
Atenção para este currículo: 19 anos de voleibol, quase todos compartilhados entre clubes de ponta as seleções brasileiras infanto-juvenil, juvenil e adulta. Capitão da seleção brasileira adulta por oito anos. Cinco temporadas em clubes no exterior e duas temporadas no vôlei de praia.
Agora atenção nestes números: 418 jogos pela seleção brasileira; 340 vitórias; 78 derrotas; 23 pódios e 13 títulos.
Para quem acompanha o esporte, o carioca Nalbert Bittencourt ou apenas Nalbert, hoje com 42 anos, é figura carimbada. Presente por quase duas décadas nas quadras do Brasil e do mundo, acostumou-se a vencer e, junto com companheiros e comissão técnica, levar o nome do Brasil ao lugar mais alto do pódio.
Mas quem assiste às palestras de Nalbert País afora ou o vê comentando o esporte na TV talvez não se lembre que, pouco antes da medalha de ouro das Olimpíadas de Atenas, em 2004, o capitão teve de lutar – e muito – para se recuperar de uma cirurgia para corrigir o rompimento de um tendão do ombro esquerdo.
Os médicos não acreditavam na recuperação. Nalbert, sim.
Com dedicação, garra e espírito de liderança, o atleta fez o que parecia impossível: assumiu as responsabilidades dentro e fora de quadra e brilhou ainda mais.
Em 2014, a eternização
Por seus serviços prestados à modalidade, em outubro de 2014, em Holyoke, cidade onde o voleibol foi criado, nos Estados Unidos, Nalbert recebeu a maior homenagem individual do esporte: ter o nome gravado no International Volleyball Hall of Fame.
“Não há palavras para descrever o quanto é importante este prêmio e o quanto estou emocionado em estar entre os ‘Hall of Famers’. A paixão e os sonhos sempre foram uma marca na minha carreira, mas confesso que chegar até aqui sempre esteve além do que podia sonhar e imaginar”, celebrou ele, na ocasião.