Paralimpíadas, o maior evento de superação do planeta
Bater marcas próprias, realizar novos movimentos, quebrar recordes e alçar voos cada vez mais altos são apenas alguns feitos do Paratletismo
Se ser atleta é se superar a cada momento, o que dizer de um paratleta? É treino, disciplina e dedicação em dobro – ou bem mais do que isso. Ser paratleta é viver o esporte de todas as maneiras possíveis e nunca imaginadas: usando as mãos, os cotovelos, o peito, o queixo, a cabeça ou até mesmo os cinco sentidos.
Tudo junto e misturado – e com regras bem definidas.
Com o lema Espírito em Movimento, os Jogos Paralímpicos, considerados o maior evento esportivo envolvendo atletas com deficiências físicas e mentais do mundo, vêm aí.
E você sabe como isso tudo começou?
Os Jogos Paralímpicos tiveram sua estreia nos Jogos de Roma, na Itália, em 1960, e contaram com a participação de 400 paratletas, de 23 países, que competiram em provas exclusivas para usuários de cadeiras de rodas.
Foi apenas a partir de 1976 que deficientes visuais, mentais e pessoas com lesão na medula espinhal puderam participar da competição.
Em 2000, por conta da dificuldade em determinar o que seria uma deficiência mental, atletas com essa deficiência foram excluídos dos jogos, só podendo retornar em 2004.
Desde o início, os Jogos Paralímpicos costumavam acontecer em paralelo aos Jogos Olímpicos, mas na mesma cidade. Só havia mudanças quanto à localização quando a cidade sede declarava não ter acessibilidade para a recepção dos atletas.
Em 1988, os dois eventos esportivos foram organizados em parceria pelos comitês responsáveis pela primeira vez. Por conta disso, os Jogos de Seul, na Coréia do Sul, são considerados um marco no movimento paralímpico mundial. Foi nessa ocasião também que os esportes passaram a ter um sistema de classificação estabelecido pelo tipo e grau de deficiência dos atletas participantes.
A política “Uma Eleição, Uma Cidade”, em que a eleição da cidade sede dos Jogos Olímpicos também incorporaria as exigências para a realização dos Jogos Paralímpicos, foi assinada em 2000 pelos Comitês Olímpico e Paralímpico Internacionais.
Atualmente, são 28 esportes reconhecidos, entre eles atletismo, biatlo, natação, judô, futebol, ciclismo, tênis em cadeira de rodas, levantamento de peso e tiro. Neste ano, canoagem e triatlo farão sua estreia nos Jogos Paralímpicos Rio 2016.
Em 2012, nos Jogos de Londres, 164 países participaram dos Jogos, levando um total de 4.294 atletas.
O berço
O nascimento dos Jogos Paralímpicos se deu logo após o término da 2ª Guerra Mundial, quando, a pedido do governo britânico, o neurologista alemão Ludwig Guttmann abriu um centro especializado em lesões na coluna, no Hospital Stoke Mandeville, no Reino Unido. Foi ali que a reabilitação esportiva acabou evoluindo para competições.
Em paralelo aos Jogos Olímpicos de Londres 1948, o médico organizou competições de basquete em cadeiras de rodas e arco e flecha para os seus 16 atletas. Em 1952, esses jogos ganharam projeção internacional, estreando como Jogos Paralímpicos na década de 60.
Paratletas de ouro
Assim como nos Jogos Olímpicos, os Jogos Paralímpicos também concentram talentos quase imbatíveis. Entre 1980 e 2004, o mundo assistiu a um reinado histórico. Trischa Zorn, dos Estados Unidos, conquistou um total de 55 medalhas, sendo 41 delas de ouro competindo em provas de natação para cegos, sendo a atleta paralímpica mais condecorada da história.
Nos Jogos de Inverno, o reinado é da esquiadora norueguesa Ragnhild Myklebust, com um total de 22 medalhas, sendo 17 de ouro.
No Brasil, o atleta com mais medalhas conquistadas é Daniel Dias, da natação, que nasceu com má formação congênita dos membros superiores. Até Londres 2012, Dias, que compete no Rio, tinha amealhado 15 medalhas no total, sendo 10 delas de ouro.