Superação dentro e fora d´água. Assim é Gustavo Borges
Dono de um sem número de títulos, o ex-atleta agora se concentra em ensinar as lições que aprendeu em uma vida dedicada às piscinas
Quatro medalhas olímpicas e 19 pan-americanas não foram o suficiente para o nadador Gustavo Borges, um dos maiores ícones da natação brasileira. Mesmo não competindo mais, o ex-atleta leva seu conhecimento, talento e motivação a outros brasileiros que, como ele, lutam pela vitória entre raias e em piscinas Brasil afora.
Depois de se despedir das piscinas em Atenas 2004, aos 32 anos, após nadar o revezamento 4 x 100m livre e fechar sua trajetória com chave de ouro ao ser escolhido como porta-bandeira da delegação brasileira na cerimônia de encerramento do mundial, Borges criou um método próprio, uma academia e um projeto social.
Detentor de 12 recordes em diversas categorias da natação, Borges ainda se dedica a inspirar outras pessoas com suas palestras motivacionais, em que explora superação, motivação, concorrência e trabalho em equipe, sempre se baseando em três importantes pilares: sonho, comprometimento e resultado. O público, entretanto, não é composto apenas por futuros nadadores, mas também pelo mundo corporativo, já que aborda assuntos que podem ser aplicados a esse universo.
“Não só o atleta, mas as pessoas de uma forma geral, para superarem os desafios, os obstáculos do dia a dia, precisam sonhar, ter objetivos, metas, saber onde querem chegar e trabalhar com excelência. No caso da natação é buscar um centésimo de cada vez, para que se possa conquistar e ter resultado. Aí, sim, a gente pode abraçar alguém, curtir todos os momentos”, disse o atleta em entrevista à Agência Brasil.
Em paralelo, é dono do projeto social Nadando com Gustavo Borges, criador do Troféu Gustavo Borges de Natação, que contou com 11 edições de 1999 a 2009, e da Metodologia Gustavo Borges de Natação, que oferece capacitação para mais de 300 escolas e academias de natação brasileiras.
Nascido para o esporte
O ex-atleta, que foi um dos escolhidos para conduzir a tocha olímpica da Rio 2016 na região central de São Paulo em meados de julho, começou cedo. Aos 9 anos, chegou ao pódio pela primeira vez em uma gincana entre escolas, quando conquistou o terceiro lugar em uma prova de 50 metros.
Depois disso, quebrou recordes, ganhou 16 medalhas em competições regionais e brasileiras, sendo 13 delas de ouro em provas de 50, 100 e 200 metros livres e conquistou o título de maior velocista brasileiro, aos 17 anos. Foi quando o ex-atleta deixou o Brasil para ganhar o mundo. E como ganhou.
Chegou aos jogos pan-americanos de Havana, em Cuba, em 1991, como a grande promessa da natação brasileira e mundial. E não decepcionou. Foi o atleta brasileiro a conseguir mais medalhas: duas de ouro, duas de prata e uma de bronze. E ainda bateu o recorde pan-americano da prova.
A próxima parada foi nos Jogos Olímpicos de Barcelona, em 1992. Borges levou para casa a medalha de prata nos 100 metros livres e voltou para casa com o título há muito batalhado de atleta olímpico. Em Atlanta 1996, ainda faturou duas medalhas (prata e bronze) e, em Sidney 2000, mais uma, dessa vez de bronze, fechando o ciclo das piscinas em Atenas 2004.
“Sempre busco dar o meu melhor em tudo que faço. Excelência é isso, fazer o melhor, sem desculpas”, finaliza o nosso ícone olímpico.