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Superação

Vanderlei Cordeiro de Lima, um herói da vida

Com uma trajetória marcada por inúmeras dificuldades, a história do ex-maratonista é a síntese do verdadeiro espírito olímpico

10 ago 2016 - 13h15
(atualizado em 11/8/2016 às 07h38)
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A emoção dos brasileiros foi quase unânime quando o ex-maratonista Vanderlei Cordeiro de Lima, 47 anos, subiu as escadas para acender a pira olímpica na última sexta-feira, dia 5, no Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, dando início aos Jogos Olímpicos Rio 2016. Dono de duas medalhas de ouro em Jogos Panamericanos, uma de bronze olímpica e o único latino-americano condecorado com a Medalha Pierre de Coubertin, de cunho humanitário-esportivo, Vanderlei parece ter alçado o voo mais alto de sua carreira.

Vanderlei Cordeiro de Lima foi o escolhido para acender a pira olímpica no Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, no último dia 5
Vanderlei Cordeiro de Lima foi o escolhido para acender a pira olímpica no Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, no último dia 5
Foto: Instagram / Reprodução

Nada, porém, veio fácil para o ex-atleta.

Nascido em 1969, em Cruzeiro do Oeste, no Paraná, e filho de um casal de retirantes nordestinos, Vanderlei sequer poderia imaginar que um dia seria agraciado com a maior honra da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos e, muito menos, como ex-maratonista, já que quando criança tinha o sonho de ser jogador de futebol.

Nascido em 1969, em Cruzeiro do Oeste, no Paraná, e filho de um casal de retirantes nordestinos, Vanderlei sequer poderia imaginar que um dia seria agraciado com a maior honra da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos
Nascido em 1969, em Cruzeiro do Oeste, no Paraná, e filho de um casal de retirantes nordestinos, Vanderlei sequer poderia imaginar que um dia seria agraciado com a maior honra da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos
Foto: Instagram / Reprodução

Na infância, sem tempo para brincadeiras, ajudava a família colhendo cana-de-açúcar. E foi correndo entre as extensas plantações que o menino de 12 anos foi convidado por um treinador para correr em terra batida.

A profissionalização começou aos 14 anos, quando foi incentivado por um professor de Educação Física e venceu sua primeira corrida em uma prova local. As maratonas, no entanto, vieram por acaso. Contratado, em 1994, como “corredor coelho”, atleta que sai na frente marcando o ritmo dos demais competidores, na maratona de Reims, na França, deveria correr apenas metade da prova, porém, sua garra e determinação o levaram – a passadas rápidas – às linhas de chegada, antes mesmo dos reais competidores.

Estava ganha a primeira corrida dos seus 23 anos de carreira.

O bronze de ouro em Atenas

O primeiro título e o tão sonhado ouro vieram nos Jogos Panamericanos de Winnipeg, no Canadá, em 1999. Com direito a um segundo ouro suado nos Jogos Panamericanos de Santo Domingo, na República Dominicana, em 2003
O primeiro título e o tão sonhado ouro vieram nos Jogos Panamericanos de Winnipeg, no Canadá, em 1999. Com direito a um segundo ouro suado nos Jogos Panamericanos de Santo Domingo, na República Dominicana, em 2003
Foto: Instagram / Reprodução

O primeiro título e o tão sonhado ouro vieram nos Jogos Panamericanos de Winnipeg, no Canadá, em 1999. Com direito a um segundo ouro suado nos Jogos Panamericanos de Santo Domingo, na República Dominicana, em 2003.

O título de herói nacional foi conquistado apenas nos Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004. Na altura dos 35 km, Vanderlei foi atacado pelo ex-padre irlandês, Cornelius Horan, que o jogou para fora da pista. Ajudado pelo espectador grego Polyvios Kossivas, o brasileiro seguiu adiante e ainda teve estrutura para garantir um bronze que emocionou o mundo.

Em Atenas, Vanderlei foi atacado pelo ex-padre irlandês, Cornelius Horan, que o jogou para fora da pista durante a corrida
Em Atenas, Vanderlei foi atacado pelo ex-padre irlandês, Cornelius Horan, que o jogou para fora da pista durante a corrida
Foto: Instagram / Reprodução

Mas foi agora, 12 anos depois, aos olhos do mundo, que Vanderlei ganhou seu maior ouro, comprovando que o espírito olímpico deve prevalecer em qualquer competição e que, muitas vezes, é a postura diante de determinadas circunstâncias que fazem do homem um verdadeiro atleta.

Ajudado pelo espectador grego Polyvios Kossivas, o brasileiro seguiu adiante e ainda teve estrutura para garantir um bronze que emocionou o mundo
Ajudado pelo espectador grego Polyvios Kossivas, o brasileiro seguiu adiante e ainda teve estrutura para garantir um bronze que emocionou o mundo
Foto: Instagram / Reprodução

“Recebi a minha medalha de ouro hoje. Foi a minha primeira vez em uma cerimônia de abertura, já que sempre cheguei nos locais depois desta festa. Não tinha noção de como era tudo isso”, disse ele, visivelmente emocionado e, enfim, realizado.

Sua humildade e perseverança comprovam que o espírito olímpico deve prevalecer em qualquer competição e que, muitas vezes, é a postura diante de determinadas circunstâncias que fazem do homem um verdadeiro atleta
Sua humildade e perseverança comprovam que o espírito olímpico deve prevalecer em qualquer competição e que, muitas vezes, é a postura diante de determinadas circunstâncias que fazem do homem um verdadeiro atleta
Foto: Instagram / Reprodução
Fonte: Terra
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