Torcida vaia e aplaude 1ª argentina ouro em prova solo
O hino nacional argentino vai tocar primeiro que o do Brasil na Rio 2016. A judoca argentina Paula Pareto conquistou o ouro na categoria até 48kg neste sábado, na Arena Carioca 2, no Parque Olímpico da Barra da Tijuca, e se tornou a primeira campeã olímpica individual de seu país. Paula vibrou muito com a vitória e não se importou com as vaias que recebeu ao longo do dia da barulhenta torcida brasileira.
“Paula é amiga de todo mundo e estamos muito felizes por vê-la campeão olímpica”, disse o judoca Felipe Kitadai. O Brasil ganhou a primeira medalha nos Jogos, com Felipe Wu, no tiro, mas são os hermanos que vão amanhecer à frente no quadro de medalhas.
A torcida brasileira vaiou a campeã olímpica quanto pôde, mas no fim se rendeu ao talento da judoca argentina. Gritos também de apoio para Sarah Menezes, que ficou fora da disputa do bronze após perder por ippon sua luta de repescagem.
A judoca chorou pela derrota e por ter machucado o braço após uma tentativa de imobilização. Sarah teve que ajduada ainda dentro do tatame por um médico da Confederação Brasileira de Judô e ganhou o carinho e apoio do público e da técnica Rosiclea Campos. “Ela saiu direto para fazer exames de imagem no cotovelo”, informou Ney Wilson, da Confederação Brasileira de Judô. “Mas a verdade é que Sarah entrou taticamente mal na última luta. Ainda assim fez um bom torneio”, avaliou.
Felie Kitadai, outro judoca que não conseguiu repetir a medalha ganha em Londres 2012, se emocionou ao falar do beijo que deu no tatame após a derrota nas quartas-de-final para o azerbaijano Orkhan Safavor: “A gratidão. Desde pequeno pisei ali. Em Londres peguei energia do tatame e só tenho que agradecer por ter podido participar, dado o máximo”, disse o judoca que já faz planos para Tóquio 2020 sim. “Mas antes quero ajudar, de fora, meus amigos Chibana e Alex, que lutam nos próximos dias e viver”, disse, após encerrar um desgastante ciclo olímpico.
Kitadai disse ter certeza que tinha condições de chegar às medalhas. “Foi minha melhor competição este ano. Foi uma delícia competir aqui. Fiquei devendo a medalha para a torcida”. Ney Wilson falou também sobre a torcida, que ajudou muito no Pan de 2007 e no Mundial de 2013. “Todos os atletas se sentem bem e a torcida sempre ajuda”. Wilson disse que as derrotas de hoje não atrapalham em nada a meta da CBJ de ajudar o Brasil a se tornar Top 10 nos Jogos Olímpicos do Rio. Amanhã entra na disputa Charles Chibana e Érika Miranda.