All-Around: Hellen Vitória puxa nova geração no Brasileiro
No último fim de semana, aconteceu mais uma edição do Campeonato Brasileiro de ginástica artística em João Pessoa, na Paraíba. Em fim de temporada, as medalhistas olímpicas de Paris-2024 não competiram com força máxima, poupando o corpo após um ano puxado. Assim, o destaque da competição ficaram para jovens promessas que buscam o seu espaço na seleção brasileira para o próximo ciclo olímpico como Hellen Vitória, Isabel Aguilar, Larissa Machado entre outras.
Atualmente, a seleção brasileira conta com as cinco atletas que foram para Paris: Rebeca Andrade, Flávia Saraiva, Lorrane Oliveira, Julia Soares e Jade Barbosa - além de um grupo de atletas que formam uma espécie de time B. Dessa equipe secundária, o destaque da competição foi Hellen Vitória Silva, atleta do Flamengo de apenas 16 anos. Sem as medalhistas olímpicas na disputa, ela ganhou os seus primeiros títulos brasileiros no solo e na trave, além de um bronze no individual geral.
O apelido da ginasta é "Pingo", porque Hellen era bem pequena nas categorias de base, até mesmo para os padrões da ginástica. Mas alguns fãs da modalidade brincaram nas redes sociais neste fim de semana com o crescimento da atleta (em altura e em nível técnico). A Pingo agora é uma Chuva de ginástica bem feita, com potencial para evoluir ao nível de Tempestade nos próximos anos.
A base vem como?
Além de Hellen, outros nomes que se destacaram são os de ginastas que ainda estão na categoria juvenil, mas que serão importantes para a seleção brasileira nos próximos anos. Isabel Aguilar, de apenas 14 anos, foi vice-campeã no individual geral, com notas boas em todos os aparelhos. Ela é uma das principais chances de pódio do Brasil no Mundial Juvenil do ano que vem, uma das poucas medalhas que ainda faltam para a ginástica artística feminina brasileira.
Outros bons nomes incluem Larissa Machado e Sophia Weisberg, que foram campeã e terceira colocada no salto. Ambas já fazem saltos com um grau de dificuldade mais alto e que seriam úteis para a equipe adulta do Brasil. Gabriela Bouças (prata nas barras assimétricas) e Júlia Coutinho (prata no solo) também fizeram boas apresentações e mostraram potencial nos seus melhores aparelhos.
Um novo ciclo
Agora, faltando apenas o Campeonato Sul-Americano para encerrar o ciclo olímpico, já é hora de pensar em Los Angeles-2028. O Brasil veio de resultados históricos nos últimos anos e precisa trabalhar com paciência para que haja uma boa transição entre as medalhistas de Paris e a nova geração. Enquanto Rebeca Andrade já anunciou que deve focar apenas no salto e nas barras nos próximos anos, o restante da equipe olímpica ainda não disse quais serão seus próximos passos.
A partir de 2025, será importante que a Confederação Brasileira de Ginástica faça um bom trabalho para ir introduzindo essas novas caras na seleção brasileira, dando oportunidades para que as ginastas possam participar de eventos internacionais para ganhar experiência e consistência. Além disso, é importante que essas atletas consigam desenvolver a sua ginástica e até de certa forma, aumentar a concorrência interna na seleção brasileira. Afinal, quanto mais ginastas estiverem competindo em alto nível no Brasil, maiores são as nossas chances de continuar entre os principais países do mundo na modalidade.