Amuleto "ajudou" Gabriel Araújo a conquistar o ouro em Paris
Nanterre - Gabriel Araújo contou com um "amuleto da sorte" para conquistar o primeiro ouro do Brasil na Paralimpíada de Paris. A camiseta com o nome do amigo Gabriel Dias serviu como um gás a mais, além de uma homenagem ao amigo que morreu recentemente.
"Ele sempre brincava e falava: 'Se você voltar com essa prata de novo aqui, você não precisa nem voltar para o Brasil'. Ele não teve a oportunidade de assistir junto com a gente, mas eu sei que a energia que ele mandou de lá de cima foi sensacional e então essa medalha, essa prova, foi para ele", explicou.
A brincadeira do amigo se deve à prata que Gabrielzinho conquistou na prova dos 100m costas S2 (para atletas com deficiência físico-motora severa) em Tóquio-2020. Desta vez, o ouro veio para coroar uma Paralimpíada que já é especial. "Agora comecei do jeito certo. Comecei os jogos sendo porta-bandeira, comecei trazendo a primeira medalha de ouro. Estou feliz e emocionado demais. Agora é desfrutar um pouco do momento, assimilar tudo que aconteceu, porque em menos de dois dias foi um turbilhão de emoções", detalhou o mineiro de 22 anos.
Esta é a prova que o atleta considera a mais difícil. Ele disse que ter conquistado a prata na primeira prova paralímpica da carreira foi especial, mas que o grito de campeão estava entalado na garganta.
Em contrapartida, Gabriel disse que não fez uma preparação específica para este ciclo. "Eu prometi para mim mesmo que eu jamais ia errar a mesma coisa. Eu treinei principalmente para isso, para não errar", enfatizou.
O foco em fazer uma prova limpa fez o brasileiro não só vencer com folga, mas também bater o recorde das Américas. Gabriel cravou 1m53s67. Ele foi o único nadador a completar a prova em menos de 2 minutos desde as eliminatórias.
A conquista na estreia dá ao jovem atleta mais confiança para o decorrer das provas em Paris. Ele ainda vai disputar os 50m costas, 200m livre S2; 50m livre S3 e 150m medley SM3. "São provas em que sou o atual campeão tanto na Paralimpíada, quanto em dois mundiais, quanto no Parapan. Mas prova é prova. Estou bem preparado, estou mais tranquilo porque acredito que o peso maior era essa aqui, então nas outras vou mais tranquilo", completou.
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