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Ana Patrícia e Duda despacham canadenses e levam o ouro no vôlei de praia olímpico  Foto: Luiza Moraes/COB

Ana Patrícia e Duda levam o ouro e colocam vôlei de praia feminino no topo olímpico após 28 anos

Brasileiras confirmaram a freguesia das canadenses Melissa Humana-Paredes e Brandie Wilkerson

Imagem: Luiza Moraes/COB
  • Aline Küller, de Paris (França) Aline Küller, de Paris (França)
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9 ago 2024 - 18h33
(atualizado às 19h31)

O Brasil está de volta ao topo do vôlei de praia feminino após 28 anos. Ana Patrícia e Duda confirmaram a 'freguesia' das canadenses  Melissa Humana-Paredes e Brandie Wilkerson, venceram por 2 sets a 1 e conquistaram o ouro dos Jogos Olímpicos de Paris para a alegria da torcida brasileira que lotou a icônica Arena Torre Effeil, cenário mais comentado desta edição da Olimpíada.

A cobertura dos Jogos de Paris no Terra é um oferecimento de Vale.

A última e única vez que Brasil venceu a competição no feminino foi com Jaque e Sandra Pires, em Atlanta-1996, ano de estreia da modalidade no programa.

Há 10 anos, Ana Patrícia e Duda já sentiram o gostinho de estar no topo do mundo olímpico juntas. Porém, na época, foi nos Jogos Olímpicos de Juventude. A camisa número 1 do Brasil tinha começado na modalidade fazia três meses. Já sergipana cresceu no meio do vôlei de praia e era vista como grande promessa.

Ana Patrícia e Duda comemoram ponto
Ana Patrícia e Duda comemoram ponto
Foto: Luiza Moraes/COB.

No primeiro set, as brasileiras entraram desligadas e viram as canadenses abrirem 5 a 0. Aos poucos, elas foram se encontrando no jogo. Ana Patrícia foi a grande responsável por puxar a dupla, que conseguiu a virada, perdeu dois set points, mas conseguiu fechar a parcial em 26 a 24.

Após a vitória no 1ª set, a parceria brasileira entrou embalada e parecia que era só questão de tempo para confirmar o título olímpico. Porém, um apagão tomou conta de Ana Patrícia e Duda quando venciam por 10 a 8, e elas passaram a abusar do erros. Com isso, Melissa Humana-Paredes e Brandie Wilkerson aproveitaram e empataram o jogo com um 21 a 12 contundente.

Uma conversa no banco foi o suficiente para realinhar Ana Patrícia e Duda. As duas voltaram focadas, aproveitaram as oportunidades e abriram vantagem, o que irritou as candenses. Brandie não gostou dema marcação da arbitragem e chegou a encarar as brasileiras na rede. Porém, nada que tirasse o foco, o DJ colocou Imagine, de John Lennon, e a bola voltou a rolar. O Brasil confirmou o título olímpico ao fechar o tie break em 15 a 10.

Ana Patrícia e Duda disputam final do vôlei de praia dos Jogos de Paris
Ana Patrícia e Duda disputam final do vôlei de praia dos Jogos de Paris
Foto: Luiza Moraes/COB

Esporte contra o Bullying

Ana Patrícia nasceu em Espinosa, uma cidade de 30 mil habitantes no interior de Minas Gerais, quase na divisa com a Bahia. Com 1,94 m, ela sofria com o bullying das crianças da sua idade e convivia com o sentimento de inferioridade.

Apesar do sucesso nas quadras de areia, o vôlei não foi a primeira modalidade que ela tentou. Ela passou por futebol, handebol, natação...Tentou de tudo até conseguir encontrar o lugar para brilhar.

O esporte apareceu na minha vida e, literalmente, me salvou. Eu sofria muito bullying, me achava inferior às pessoas porque eu era alta e recebia muitos xingamentos. Quando eu descobri o esporte, eu falei: ‘Poxa, eu sou boa nisso aqui, então eu sirvo pra alguma coisa’. Acho que matou um pouquinho essa coisa na minha cabeça que o bullying fazia de me inferiorizar, de não entender como ia ser a minha vida. E a partir do momento que eu conheci o esporte, ele passou a ser o amor da minha vida. Fiz futebol, fiz handbol, fiz natação, joguei peteca...”, contou durante os Jogos de Paris.

Ana Patrícia festeja ponto pelo Brasil
Ana Patrícia festeja ponto pelo Brasil
Foto: Luiza Moraes/COB.

Promessa desde cedo

Filha de ex-jogadora e técnica de vôlei, Duda começou na modalidade aos 9 anos e sempre deu mostras que seria uma jogadora talentosa. A mãe também um projeto social voltado para o esporte, o que fez com que ela se devolvesse rápido.

"Sempre entrei em quadra no intuito de me divertir, não chegava a sentir uma pressão propriamente. Acreditava que o que tinha que acontecer, aconteceria e seria fruto de muito trabalho. Aconteceu tudo tão rápido, e eu jogava na base mais solta, me divertindo. Nos mundiais que ganhei era assim, me divertia em quadra, não era um peso. As oportunidades de jogar apareciam e eu aproveitava da melhor forma”, declarou ao site do COB, em 2021.

Duda disputou o circuito adulto de Sergipe pela primeira vez aos 12 anos. Na ocasião, ela terminou na quinta colocação, a mãe fechou a competição na terceira colocação.

Ana Patrícia e Duda despacham canadenses e levam o ouro no vôlei de praia olímpico
Ana Patrícia e Duda despacham canadenses e levam o ouro no vôlei de praia olímpico
Foto: Luiza Moraes/COB
Fonte: Redação Terra
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