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ANÁLISE: União é para que adiamento dos Jogos provoque o menor prejuízo possível

Movimento olímpico vai ter de superar coronavírus, como já superou guerras e boicotes

26 mar 2020 - 07h11
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Entendo que muitas pessoas estão ansiosas, querendo que o COI (Comitê Olímpico Internacional) anuncie detalhes sobre o adiamento dos Jogos de Tóquio, principalmente em relação à nova data. Mas, nesse momento, existe uma união na comunidade esportiva para que qualquer decisão provoque o menor prejuízo possível. Digo isso porque serão inevitáveis as perdas.

É preciso ter consciência de que todo mundo vai perder: atletas, o setor de hotelaria, empresas aéreas, torcedores, os donos dos apartamentos da Vila Olímpica... A decisão de adiar os Jogos, no entanto, foi acertada porque a humanidade está passando por um momento de extrema cautela.

Não podemos ser passionais. É importante ouvir todas as partes e ter calma porque uma Olimpíada não envolve apenas a comunidade esportiva, mas também as áreas econômica, social e governamental. Repito, o desafio é encontrar uma forma de prejudicar o menos possível.

Os atletas, por exemplo, vão ter de mudar treinamentos e se programarem novamente porque estamos em um ano pré-olímpico, e não mais olímpico. Seria uma injustiça se a Olimpíada fosse realizada em julho deste ano. Afinal, enquanto os atletas chineses já voltaram aos treinos, na Europa, América do Sul e Estados Unidos as pessoas mal podem sair de casa.

O movimento olímpico vai ter de superar essa situação, como já superou em outros momentos guerras e boicotes. O coronavírus é uma novidade e nós vamos ter de nos adaptar.

*Bernard Rajzman é ex-jogador de vôlei e membro do COI

Estadão
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