ANÁLISE: União é para que adiamento dos Jogos provoque o menor prejuízo possível
Movimento olímpico vai ter de superar coronavírus, como já superou guerras e boicotes
Entendo que muitas pessoas estão ansiosas, querendo que o COI (Comitê Olímpico Internacional) anuncie detalhes sobre o adiamento dos Jogos de Tóquio, principalmente em relação à nova data. Mas, nesse momento, existe uma união na comunidade esportiva para que qualquer decisão provoque o menor prejuízo possível. Digo isso porque serão inevitáveis as perdas.
É preciso ter consciência de que todo mundo vai perder: atletas, o setor de hotelaria, empresas aéreas, torcedores, os donos dos apartamentos da Vila Olímpica... A decisão de adiar os Jogos, no entanto, foi acertada porque a humanidade está passando por um momento de extrema cautela.
Não podemos ser passionais. É importante ouvir todas as partes e ter calma porque uma Olimpíada não envolve apenas a comunidade esportiva, mas também as áreas econômica, social e governamental. Repito, o desafio é encontrar uma forma de prejudicar o menos possível.
Os atletas, por exemplo, vão ter de mudar treinamentos e se programarem novamente porque estamos em um ano pré-olímpico, e não mais olímpico. Seria uma injustiça se a Olimpíada fosse realizada em julho deste ano. Afinal, enquanto os atletas chineses já voltaram aos treinos, na Europa, América do Sul e Estados Unidos as pessoas mal podem sair de casa.
O movimento olímpico vai ter de superar essa situação, como já superou em outros momentos guerras e boicotes. O coronavírus é uma novidade e nós vamos ter de nos adaptar.
*Bernard Rajzman é ex-jogador de vôlei e membro do COI