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Atleta brasileira relembra sintomas de crise de ansiedade que levou a desistência: ‘Coração bombando e cabeça explodindo’

Izabella Rodrigues abandonou a final do arremesso de disco nos Jogos de Paris

7 ago 2024 - 05h00
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Atleta Izabella Rodrigues da Silva, do arremesso de disco
Atleta Izabella Rodrigues da Silva, do arremesso de disco
Foto: Reprodução/Instagram @izabela_dasilva

Coração acelerado, mãos suando, suor... sintomas de quem está com aquele friozinho na barriga antes de realizar algo importante, né? E quando isso passa do ponto e acaba te paralisando? Foi o caso da brasileira Izabella Rodrigues da Silva, do arremesso de disco. Ela desistiu da competição nos Jogos Olímpicos de Paris após uma crise de ansiedade.

  • A cobertura dos Jogos de Paris no Terra é um oferecimento de Vale.

E o primeiro sentimento é sempre o mesmo: ‘Como eu posso estar ansiosa para fazer algo que eu amo e desejei tanto?’. Esse foi justamente o meu papo com Izabella. Também sofro de crise de ansiedade, faço tratamento há sete anos e tento lidar com o sentimento de fracasso quando deixo a minha mente vencer o meu corpo.

Segundo dados da OMS (Organização Mundial de Saúde), o Brasil é o País com o maior número de pessoas ansiosas. Ao todo, 9,3% da população sofrem com os mesmos sintomas que eu e que Izabella. É importante que cada uma desse montante saiba que não está sozinha, saiba que existe tratamento e que é importante trocar experiências.

Durante a entrevista, a atleta do arremesso de disco não conseguiu segurar a emoção. “Me preparei demais para a competição. Para o dia da competição, eu já estava com ansiedade de manhã, até falei para o treinador ‘Vou treinar mais um pouquinho’, e ele disse que não tinha necessidade. E eu estava ansiosa, comecei a bombar meu coração, aí eu falei para os meus amigos que eu estava ansiosa demais, eles falaram para eu ficar calma, e aí durante o dia eu não consegui comer, e aí eu percebi que já era, a minha ansiedade já estava na gota final ali, não consegui dormir, meu coração ficava toda hora no batimento altíssimo, minha cabeça explodindo, me cobrando, e na hora da prova acabou o gás porque eu gastei durante a noite", relembrou.

“Me sinto honrada por ter a oportunidade de vir para cá, por ter vindo, eu estou feliz, mas estou muito triste por causa do meu resultado porque eu sei que eu poderia ter feito melhor, mas eu não consegui”, resumiu. Segundo Izabella, essa foi a primeira grande crise de ansiedade: “Eu consigo competir ainda com um pouquinho de ansiedade, mas dessa vez veio muito, acho que foi por conta da cobrança, porque na primeira Olimpíada eu fui finalista, e nessa aqui eu já vim com muita esperança, então acho que a cobrança foi um pouco maior para mim mesma, e aí acabei não conseguindo controlar a ansiedade.”

Além da própria cobrança, a atleta sofreu outro estresse antes da estreia em Paris. Ela recebeu uniformes masculinos e questionou os padrões de beleza. “A questão é que eles têm a visão do feminino como corpo modelo, nem todo mundo é modelo nas seleções, então é mais nesse quesito porque eu gosto de masculino, porque é mais largo, é mais solto, para lançar é melhor, se eu for lançar com o feminino número pequeno, eu não vou conseguir lançar porque é apertado”, argumentou.

Ao final da entrevista, repórter e entrevistada se abraçaram e passaram alguns minutos trocando as experiências de ansiedade. Contei para Izabela que meu coração já acelerou forte durante a Olimpíada em momentos que eu estava realizada, que tive medo de não conseguir controlar, mas que coloquei em prática o trabalho que faço com psicóloga e psiquiatra. Ela revelou que não faz nenhum trabalho específico para a questão, mas que iria procurar ajuda quando voltasse ao Brasil. O importante é sempre contar com ajuda médica. Após o susto, ela está preparada para dar a volta por cima para os Jogos de Los Angeles, em 2028.

Fonte: Redação Terra
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