Baby se vê orgulhoso de trajetória olímpica e deixa aposentadoria no ar
Judoca brasileiro encerra trajetória em Jogos Olímpicos neste ano
Aos 37 anos, Rafael Silva, o Baby, pode estar perto de sua aposentadoria dos tatames. Com a derrota para Ushangi Kokauri, do Azerbaijão, o judoca brasileiro confirmou sua última participação individual nos Jogos Olímpicos. Em Paris-2024, ele ainda volta à ação para a disputa por equipes.
A cobertura dos Jogos de Paris no Terra é um oferecimento de Vale.
Em conversa com os jornalistas após o revés em sua estreia na capital francesa, o sul-matogrossense se mostrou orgulhoso da trajetória olímpica construída e deu indícios de que a aposentadoria pode estar próxima.
“Eu encerro minha participação olímpica com uma derrota. Olho para trás com uma carreira que eu consegui muitos resultados. Eu tenho bastante orgulho de fazer a quarta Olimpíada. Mesmo com a derrota, eu aprendi muito com esse processo, com tudo que eu fiz para chegar até aqui. Ainda é cedo para dizer. Eu tenho o por equipes amanhã. De Olimpíada, com certeza, minha última participação. Não sei se eu levo mais um pouquinho participando de algumas competições nacionais. Mas, com certeza, está muito próximo da aposentadoria”, iniciou o judoca.
Nos Jogos de Paris, Baby disputou sua quarta Olimpíada. Além de inúmeros títulos no circuito mundial, o atleta fez história com os bronzes da categoria acima de 100 kg conquistados em Londres-2012 e Rio-2016. Ele também foi a Tóquio-2020, mas acabou eliminado nas quartas de final.
Para chegar à cidade-luz com o sonho de mais uma medalha vivo, o atleta teve o bronze no Mundial de Doha do ano passado como combustível. Apesar da espécie de motivação extra, ele sabia que o fator idade poderia pesar em Paris.
“Acho que foi um bom legado, falando da categoria pesado, com duas medalhas olímpicas, quatro medalhas em mundiais. A medalha do mundial do ano passado me deixou bastante esperançoso para esse final de ciclo. Conseguir uma medalha mundial com 36 anos. Chegar com 37 na Olimpíada. De certa forma, eu sabia que as chances, conforme a idade vai passando, as chances vão diminuindo. Mas tinha bastante esperança de fazer uma participação melhor aqui, de avançar nas lutas”, explicou.
Um dos grandes nomes da história do judô brasileiro, Baby já olha para o futuro e quer continuar colaborando com o esporte no País: “Eu acho que sempre com esse intuito de demonstrar os valores do esporte para todo mundo e poder trazer mais gente para o judô. Estudei, fiz faculdade. A tendência é continuar lendo esporte, continuar colaborando, ajudando. E é isso, assim. Quanto mais gente experimentar o que é isso aqui, melhor para todo mundo”.
Eliminação na estreia
Na Arena Champ-de-Mars, Baby foi superado por Ushangi Kokauri, do Azerbaijão, com um Yoko-shiho-gatame, uma técnica de imobilização, já no fim do combate. No momento, o brasileiro acumulava dois shidos.
Ao analisar a luta, o judoca destacou a superioridade do adversário. Velhos conhecidos, eles já haviam se enfrentado outras vezes, incluindo nos Jogos de Tóquio, com o sul-matogrossense levando a melhor.
“Resultado difícil, ruim. Um adversário que a gente se conhecia bastante O jogo dele foi superior ao meu, infelizmente. Ele conseguiu anular bem aqui no meu lado direito. Não consegui fazer muito bem a pegada. Foi uma luta amarrada para o meu jogo. Infelizmente saí com a derrota. Mérito dele também. Acho que é um cara que se esforçou, se dedicou também”, completou.
Agora, Baby muda o foco para a disputa por equipes neste sábado, 3. O Brasil entra nas oitavas de final contra o Cazaquistão.