Bia Ferreira bate finlandesa e vai à final do boxe em Tóquio
Brasileira vence Mira Potkonen por decisão unânime da arbitragem na categoria até 60kg e lutará pelo ouro nos Jogos Olímpicos de Tóquio
Mais uma final para o Brasil nos Jogos Olímpicos! Em grande luta, realizada na madrugada desta quinta-feira (no horário de Brasília), Bia Ferreira venceu a finlandesa Mira Potkonen por decisão unânime da arbitragem. Na categoria até 60kg, Bia foi melhor nos três rounds e chegou a levar a adversária ao chão algumas vezes. A brasileira fará a decisão contra Kellie Anne Harrington, da Irlanda, no domingo, às 2h (Brasília). A sua próxima oponente eliminou a tailandesa Sudaporn Seesondee com uma vitória por 3 a 2.
A brasileira começou o primeiro round a todo vapor e partiu para cima da finlandesa. Ela acertou alguns golpes na adversária, que não conseguiu assustar a boxeadora do Brasil. Melhor, Bia Ferreira venceu o primeiro round por unanimidade com nota melhor que a de Potkonen por todos os juízes.
No segundo round, Bia teve desempenho ainda melhor e levou a finlandesa ao chão algumas vezes, mas o árbitro não chegou a abrir contagem para a adversária. O terceiro assalto foi mais equilibrado, e Potkonen conseguiu encaixar alguns golpes na brasileira. Mas, no fim, Bia levou a melhor no duelo.
Antes mesmo de a arbitragem confirmar a vitória, a brasileira já vibrava no ringue em Tóquio, onde depois se emocionou e chorou ao comemorar o fato de que poderá lutar pelo ouro olímpico.
Esta medalha de Bia, que no mínimo será a de prata, será a oitava do boxe brasileiro em Olimpíadas. Servílio de Oliveira foi bronze no México-1968, depois Esquiva Falcão, Yamaguchi Falcão e Adriana Araújo subiram no pódio em Londres-2012. Robson Conceição foi campeão na Rio-2016.
Em Tóquio, além de Bia, o peso pesado Abner Teixeira ficou com o bronze e o peso médio Hebert Conceição, que ainda luta na semifinal nesta quinta-feira, também já têm bronze garantido.
Bia começou no boxe aos quatro anos de idade na garagem de casa, onde seu pai, Raimundo, mais conhecido no boxe como Sergipe (tricampeão baiano, bicampeão brasileiro e sparring de Popó) dava aulas para crianças carentes da região.
Por falta de competições de boxe feminino, Bia precisou esperar até 2014 para iniciar a carreira. Venceu uma luta, mas acabou desclassificada pois já havia participado de uma competição de muay thai e recebeu uma punição de dois anos, pois a Associação Internacional de Boxe (Aiba) proibia que as atletas participassem de competições por outras modalidades .
Bia voltou em 2016 e passou também a ser sparring de Adriana Araújo, medalha de bronze na Olimpíada de Londres-2012. Talentosa, ficou com a vaga da amiga, que passou para o boxe profissional. Em 30 competições internacionais, só não subiu no pódio uma vez. Entre suas principais conquistas está o título mundial, em 2019, na Rússia. (com informações do Estadão Conteúdo)