Bia Souza revela importância do judô para aceitar o corpo: ‘Se eu não amar o meu corpo, quem que vai?’
Campeã olímpica afirmou que demorou para entender que o corpo se tratava do seu 'material de trabalho'
Antes de se tornar campeã olímpica, Bia Souza teve dificuldades de lidar com os padrões de beleza. A judoca de 26 anos revelou que encontrou no judô a ajuda necessária para achar o seu lugar, já que, com 1,78m e mais de 78 kg, não se sentia bem e se via muito maior que as amigas na adolescência.
A cobertura dos Jogos de Paris no Terra é um oferecimento de Vale.
A dona do primeiro ouro do Brasil nos Jogos Olímpicos de Paris falou sobre esse tema na conversa com os jornalistas na zona mista após o pódio da categoria pesados.
“Nunca me senti confortável, nunca tive alguém ali igual a mim para poder dividir como que era essa sensação. E quando a gente vai para o alto rendimento, conhece grandes mulheres. A Maria Suelen [Altheman] foi uma delas, que mostrou que meu corpo é meu material de trabalho, se eu não amar o meu corpo, quem que vai amar? Quem que vai trabalhar pra manter ele em plenas condições físicas para competir, para andar por aí, para se sentir bem?. Então, eu tenho que me amar, não só porque é meu material de trabalho, mas porque eu sou assim”.
“Eu sou feliz assim, sempre fui. Então faltava me conhecer mais e ver que a minha beleza também importa, eu sou linda. E é isso, gente, para de inveja”, brincou, fazendo poses para fotos.
Bia ainda falou sobre servir de exemplo por ser uma mulher e por ser negra. Ela espera incentivar outras meninas pretas. “Espero trazer como inspiração que elas acreditem que todo sonho é possível. Não vou falar que é fácil, não é. Acho que nada que é grandioso é fácil de ser conquistado. Mas sejam grandes ou pequenos objetivos, é possível. Independente. Lutem, acreditem, confiem, deem o máximo de si mesmo. Quando a gente acha que nada vai dar certo, mas, no final, acaba valendo a pena”, incentivou.