Bom humor e alívio: Ginastas comemoram bronze na Ginástica Artística
Durante coletiva, atletas comentaram quais foram os pensamentos nas provas e como serão próximos dias
A equipe brasileira de Ginástica Artística conquistou a primeira medalha em uma Olimpíada na história da modalidade no país. As atletas Rebeca Andrade, Flavia Saraiva, Jade Barbosa, Julia Soares e Lorrane Oliveira conseguiram bronze nos Jogos Olímpicos de Paris na tarde desta terça-feira, 30.
A cobertura dos Jogos de Paris no Terra é um oferecimento de Vale.
Durante uma coletiva de imprensa, as atletas não esconderam o bom humor e o alívio da conquista após saírem do tão sonhado pódio. “As pessoas hoje tiveram a oportunidade de ver apenas duas horas do Brasil competindo. Nós sabemos que essas duas horas foram trabalhadas em mais de 40 anos, eu posso dizer com certeza. Aos poucos, nós fomos conquistando, passo a passo, para que hoje a gente chegasse e tivesse esse resultado por equipe”, disse Jade Barbosa.
“Ela vale muito pra gente porque o Brasil não era nada dentro desse esporte. A gente começou com alguns talentos individuais e muito paitrocínio no início. Hoje nós somos uma potência em diversos fatores. Hoje a gente pôde dizer que a gente tem uma escola brasileira de ginástica”, detalhou Jade.
De acordo com ela, as atletas reconhecem que aconteceram erros durante a competição, mas, que ainda assim, conquistaram aquele resultado e esperam inspirar novas gerações. “Nosso sonho sempre foi popularizar o esporte. E hoje com essa competição a gente quer que conquiste mais crianças, pra gente conseguir cada vez mais ter mais pessoas praticando. Assim como nós fomos conquistadas e apaixonadas”, explicou.
“A gente espera que essas novas gerações sintam que é possível, é palpável, tá muito perto. Porque a gente conseguiu, vocês podem também”, incentivou a ginasta.
Elas também detalham o que pensaram quando perceberam que sentiram medalhistas olímpicas. Confira:
- Rebeca Andrade: “Obrigado, Deus”.
- Julia Soares: “Eu não consegui conter o choro, eu chorei muito”.
- Flávia Saraiva: “Eu agradeci primeiramente a Deus. Segundo a elas, por terem lutado até o final”.
- Jade Barbosa: “Eu agradeci por merecer. Por merecer viver esse momento com elas”
- Lorrane Oliveira: “Consegui uma medalha”
Queda de Flavinha
Durante o aquecimento, Flavinha caiu nas barras. O impacto foi tão forte que a atleta chegou a cortar o supercílio, mas, mesmo com o ferimento, se manteve engajada e realizou todas as provas. Em entrevista, ela detalhou que só percebeu o que tinha acontecido quando já estava no chão.
“Eu nem sei muito bem o que aconteceu. Quando eu vi, já estava no chão. Eu só vi se eu estava inteira. Eu achei que tinha perdido até os dentes (risos). Ai eu rolei pro lado para poderem aquecer”, explicou.
Flávia admite que, devido às circunstâncias, aquela não foi a sua melhor competição, mas que se esforçou muito para o resultado de hoje.
“Eu até falei para as meninas: ‘Gente, eu não tô enxergando direito, mas vou dar o meu 100%. Eu vou lutar com vocês até o final’. E graças a Deus, a gente conseguiu terminar a competição inteira. Eu dei o sangue, literalmente, e o resultado veio, e eu tô muito feliz de ter conquistado essa medalha por equipe”, vibrou.
Próximos dias
A próxima etapa são as provas individuais, que vão ocorrer na semana que vem. As atletas afirmaram que vão se preparar, mas continuam apoiando uma a outra.
“Amanhã já vai ser outro dia de treinamento. Amanhã zera tudo, a gente se concentra em planejar daqui. Até o último dia, nós somos uma equipe. Cada uma vai fazer o melhor para a gente aproveitar todos os dias das competições da melhor maneira possível”, detalhou Jade Barbosa.