Boxeadora argelina alvo de massacre nas redes sociais vence e lutará pelo ouro
Imane Khelif responde a ataques difamatórios no ringue e derrota tailandesa Janjaem Suwannapheng em Roland Garros
Alvo de campanha de ódio e de desinformação nas redes sociais sobre o seu gênero, a boxeadora Imane Khelif respondeu no ringue ao massacre difamatório. A argelina derrotou a tailandesa Janjaem Suwannapheng nesta terça-feira, 6, e lutará a sua primeira final olímpica na carreira. A vitória nas semifinais do peso meio-médio (até 66kg) do boxe feminino nas Olimpíadas de Paris foi conquistada por decisão unânime dos juízes.
Se foi atacada virtualmente, Imane recebeu apoio maciço das arquibancadas. Eram milhares de argelinos presentes na famosa Philippe Chatrier, quadra principal de Roland Garros e que virou o palco do boxe após o fim do torneio de tênis nos Jogos de Paris. Eles gritaram o nome da atleta de 25 anos assim que seu nome foi anunciado, mantiveram o apoio nos três rounds e balançaram efusivamente a bandeira da Argélia quando Imane foi declarada vencedora.
Em sua segunda Olimpíada, Khelif subirá no ringue na próxima quinta-feira em busca de seu primeiro ouro. Suwannapheng levou o bronze, já que todas as boxeadoras semifinalistas sobem no pódio.
Dias antes das semifinais, em uma das poucas entrevistas que deu, a boxeadora argelina disse à Associated Press que os ataques que recebeu, principalmente nas redes sociais, têm "efeitos enormes" em sua vida. Não atrapalharam, porém, seu desempenho, uma vez que ela foi dominante no combate. A argelina foi superou à oponente nos três rounds. Em todos, ganhou por 10 a 9.