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Brasileira relata assédios frequentes durante cobertura da Olimpíada: 'Chorei no metrô'

Produtora de conteúdo Flávia Bandoni afirmou que já foi vítima de vários episódios de assédio em Paris, onde está a trabalho

6 ago 2024 - 16h47
(atualizado às 17h26)
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Produtora de conteúdo Flávia Bandoni relatou ter sofrido vários episódios de assédio em Paris.
Produtora de conteúdo Flávia Bandoni relatou ter sofrido vários episódios de assédio em Paris.
Foto: Reprodução/TikTok

Durante a cobertura da Olimpíada de Paris, a produtora de conteúdo Flávia Bandoni tem enfrentado uma realidade difícil: o assédio frequente. Em um desabafo nas redes sociais, ela compartilhou suas experiências e como isso tem afetado sua estadia na capital francesa.

A jovem contou que, desde sua chegada a Paris, tem sido alvo constante de assédios, especialmente por parte de homens franceses. "Algo que pouco tem sido comentado neste perfil é o tanto que eu estou sendo assediada nessas Olimpíadas. Cara, francês é maluco. Essa é a minha conclusão", desabafou. Ela destacou que esse comportamento não se repetiu com torcedores de outros países.

Entre as situações mais graves, Flávia mencionou um episódio no metrô logo nos primeiros dias em Paris. Um homem se aproximou dela, elogiando sua aparência de maneira invasiva. "Aqui, na minha boca, falando quanto eu era linda. Me perguntou se eu falava francês ou inglês. Eu falei que inglês, e ele começou a falar que eu era linda, que queria ser meu namorado. Eu falei três vezes, eu tenho namorado, e o cara não ligou", relatou, acrescentando que ninguém no vagão se mobilizou para ajudá-la.

@flabandoni

 

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Após o ocorrido, ela contou que se sentiu extremamente vulnerável e desamparada. "Enquanto ele falava as coisas, eu olhava para os homens no vagão, tipo, alguém me ajuda, ninguém me ajudou. E quando ele foi embora, eu comecei a chorar. Uma menina veio me ajudar porque nenhum dos homens se mexeu."

A produtora de conteúdo também compartilhou outros episódios de assédio. No dia do seu aniversário, enquanto estava com amigas perto da Torre Eiffel, homens começaram a gritar para que elas se aproximassem. "Graças a Deus, a gente ignorou, e eles foram embora", disse.

Outro caso ocorreu quando Flavia estava assistindo ao pôr do sol em uma ponte próxima a um evento olímpico. Um homem, durante uma chamada de vídeo, apontou o celular para ela, mostrando seu corpo ao outro homem na ligação. "Ficou, tipo, ó, olha ali. Ficou me mostrando, mostrando o meu corpo, assim, pro cara. E ficou assim por um minuto, assim, que eu fiquei em choque."

Mais tarde, ao retornar para casa, ela relatou que parou para olhar o cardápio de um restaurante e foi abordada por um homem que a convidou insistentemente para entrar com ele. "Eu caguei pra ele, eu ignorei ele. Fui caminhando, ele gritava pra mim, tipo, volta aqui, volta aqui. Eu saí correndo, tá louco?". 

Flávia ainda destacou que, embora esteja gostando muito da experiência em Paris, os episódios de assédio têm sido uma parte negativa significativa. "Então, assim, parece estar muito legal. Eu estou realmente gostando muito. Mas eu não vou deixar de mostrar os pontos negativos. Eu estou sendo muito assediada aqui."

Repórter também foi vítima de assédio

A repórter Verônica Dalcanal, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), também foi alvo de assédio em Paris. Durante uma transmissão, três homens se aproximaram da jornalista. Um deles beijou o rosto da jornalista sem seu consentimento, seguido por outro que repetiu a ação.

Verônica repudiou o comportamento dos homens e desabafou: "Eu estava dando as informações durante a transmissão da série B, e aí um grupo de torcedores invadiu o vivo. A gente sabe que é normal a torcida interagir com os repórteres, mas eles foram muito desrespeitosos comigo e ultrapassaram limites".

Visivelmente abalada, a repórter expressou seu desconforto: "Me tocaram, encostaram em mim, enfim. Eu não consigo nem descrever o que aconteceu direito e eu não pretendo ver as imagens". Ela também ressaltou a importância do respeito e da igualdade de gênero nos Jogos Olímpicos. "Acho triste que isso aconteça, especialmente porque essa edição dos Jogos Olímpicos aqui em Paris, 124 anos depois, é a edição com as mulheres participando em igualdade. E é uma pena que a gente não possa ter liberdade para trabalhar como os homens podem".

Fonte: Redação Terra
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