Brasileira se lesiona, mas se apresenta e sai carregada na ginástica rítmica
Victória Borges sentiu a panturrilha, mas competiu mesmo assim
Uma cena emocionante marcou a apresentação da equipe feminina brasileira da ginástica rítmica. Isso porque Victoria Borges se lesionou pouco antes da apresentação, competiu mesmo assim e deixou a quadra da Arena La Chapelle aos prantos.
A cobertura dos Jogos de Paris no Terra é um oferecimento de Vale.
A ginasta de 22 anos sofreu uma lesão na panturrilha esquerda durante o aquecimento da classificatória. Mesmo machucada, ela competiu na prova de três fitas e duas bolas, já que não há ginastas reservas disponíveis na competição. Apesar de ter ficado na quarta posição na prova de cinco arcos, o Brasil ficou de fora da final na soma das duas provas, com a nona colocação.
Ao final da segunda apresentação, Victória saiu carregada e chorando muito. Depois da nota, Duda, líder do conjunto, explicou que a colega de equipe já sentia a dor, mas teria voltado com ainda mais força pouco antes da segunda apresentação com as fitas e as bolas, durante o aquecimento.
Segundo a Confederação Brasileira de Ginástica (CBG), a atleta sofreu uma contratura no músculo gastrocnêmio.
"A gente queria entrar em quadra para, pelo menos, finalizar a competição, porque a gente trabalhou muito, a gente entregou muito nas mãos de Deus. A gente sabe que faz parte de um propósito, mesmo que a gente não entenda. Ela foi muito guerreira, mesmo sentindo muita dor. Hoje era isso que ela tinha para dar. A gente tentou se unir pra fazer o melhor que a gente podia nesse momento. A gente sabe que atleta está sujeito a esse tipo de coisa, mas ninguém quer, ninguém tá preparado para que seja dez minutos antes de entrar na quadra. Desculpa. A gente deu nosso melhor, nosso máximo, nosso sangue, e a gente não tá falando só daqui, estamos falando de anos de trabalho", declarou.
Deborah também comentou o momento da lesão de Victória.
"A esperança nunca morre. A gente é brasileiro, a gente tenta até o final. Isso para gente foi uma medalha olímpica, porque antes de entrar, ali se concentrando, ela não estava ainda. Foi um desespero para equipe, por isso atrasou. A gente falou: 'Vamos tentar, Vick, faz o que você puder, mas vamos tentar'. E quando acabou, a emoção tomou conta, porque a gente tentou, a gente só queria tentar e ela deu isso para gente. Saiba que a gente deu nosso sangue todos os dias. A gente treinou 100%. Quando uma não estava bem, as outras estavam puxando. As treinadoras estavam juntas, a nossa equipe estava unida. A gente fez tudo. Tudo que era possível. A gente tentou até o final, acho que isso é o mais importante", disse a ginasta.
O Brasil chegou aos Jogos de Paris-2024 como um dos favoritos ao pódio do conjunto na ginástica rítmica. A equipe, composta por Deborah Medrado, Maria Eduarda Arakaki, Nicole Pírcio, Sofia Madeira e Victória Borges abocanhou o ouro no Pan de Santiago e no Mundial de 2024.
Prova da competência das meninas é que a primeira nota foi tão boa que mesmo com o segundo resultado ruim, quando Victória já estava machucada, a seleção terminou em nono no quadro geral. Por pouco, a classificação não veio.