'Campanha maravilhosa, parecida com a nossa de Pequim-2008', diz a campeã do vôlei Carol Albuquerque
Seleção brasileira feminina de vôlei enfrenta os EUA pela semifinal dos Jogos em Paris nesta quinta-feira, às 11h
A seleção brasileira feminina de vôlei entra novamente em quadra nos Jogos Olímpicos de Paris, nesta quinta-feira, 8, às 11h (de Brasília), para enfrentar os Estados Unidos, na fase semifinal.
A cobertura dos Jogos de Paris no Terra é um oferecimento de Vale.
O time de José Roberto Guimarães está invicto na competição, com quatro vitórias, todas por 3 sets a 0, diante da República Dominicana nas quartas de final, e nos três jogos da primeira fase diante de Quênia, Japão e Polônia. Até agora, as meninas não perderam nenhum set na competição em 12 disputados.
Com uma campanha excepcional, Carol Albuquerque, que foi campeã olímpica em Pequim-2008, vê muitas semelhanças com o time de agora. “Estão numa campanha maravilhosa, parecida com a nossa de Pequim em 2008, que a gente perdeu um set na final também contra os Estados Unidos”, recorda. “E acredito que esse seja um jogo, uma prévia de uma final porque, tirando a Olimpíada do Rio, as outras três foram a final Brasil e Estados Unidos, e a gente sagrando campeão olímpico em duas e vice em uma”, disse em entrevista exclusiva ao Terra.
Mas a ex-levantadora pede que as meninas mantenham a humildade em quadra neste momento decisivo. “O Brasil não perdeu nenhum set, está invicto, com uma confiança e moral muito alta. Uma coisa que eu acho perigosa é todo mundo falando que o Brasil é favorito. A gente sabe que fora pode, mas dentro da quadra é perigoso”, explicou.
Conhecendo Zé Roberto, Carol acredita que o técnico conseguirá blindar a equipe nesse sentido. “Ele vai tomar conta da situação. A experiência que o Zé tem já deve ter conversado com as meninas para entrar super prevenido”.
Carol sabe que o adversário desta quinta-feira é muito forte. “Vai ser um jogo dificílimo, muito nervoso e dentro da quadra não tem favoritismo”, decretou. “O ponto forte dos Estados Unidos é o conjunto, o volume de jogo, que são muito bons. O ponto fraco é o passe, principalmente a atacante Plummer, que é bem vulnerável. Com certeza, o Zé vai mandar sacar nela”, explicou.
A ex-levantadora destaca que as norte-americanas evoluíram durante a competição e até recordou. “Os Estados Unidos começaram com uma campanha irregular, perdendo o primeiro jogo para a China. Depois foi crescendo ganhando um tie-break. Nas quartas, elas evoluíram muito. O Kiraly achou a formação melhor”, destacou.
Para a ex-jogadora, a seleção brasileira não tem uma jogadora que se destaca individualmente, mas, sim, a união da equipe. “O ponto forte do Brasil é o conjunto, onde todo mundo joga, e isso aí está sendo muito bem executado. A gente não tem uma jogadora para decidir que nem a Itália, que tem Egonu, uma Sérvia com a Boskovic”, exemplificou.
Glórias após ouro olímpico
Carol contou como foi a vida após voltar com a medalha de ouro em Pequim-2008. “A minha vida, depois que eu fui campeã olímpica, mudou para melhor em tudo, ganhei contratos quando eu jogava, patrocínios, visibilidade. Graças a Deus, a gente batalhou quatro anos, ralamos e conseguimos colher os frutos”, recordou.
A ex-jogadora rasgou elogios ao comandante de agora, que foi o técnico que levou o Brasil ao ouro naquela ocasião. “O Zé Roberto é tricampeão olímpico e tem uma prata e agora está querendo mais um ouro. Ele é o principal treinador que a gente tem no Brasil hoje, com mais títulos”, destacou.
“O trabalho dele é sensacional. Está há anos à frente da seleção trabalhando em clubes também com as mulheres. Ele entende mais do que todo mundo o jeito de lidar no dia a dia, nos jogos, viagens. As meninas estão nas melhores mãos possíveis”, finalizou.