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Centro aquático de Paris que custou quase R$ 1 bilhão não poderá receber provas de natação nas Olimpíadas

Presidente Emmanuel Macron inaugura superestrutura nesta quinta-feira, 4

4 abr 2024 - 12h58
(atualizado às 15h58)
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Resumo
O governo francês investiu quase R$1 bilhão no Centro Aquático Olímpico, mas não sediará provas de natação, por ser pequeno demais para a modalidade. Apesar dos gastos exorbitantes, o projeto promete manter o legado olímpico na região pobre de Seine Saint-Denis.
Centro Aquático de Paris não receberá provas de natação
Centro Aquático de Paris não receberá provas de natação
Foto: Divulgação

Parece estranho, mas é real: o governo francês bancou imprevistos e investiu quase R$ 1 bilhão em uma superestrutura aquática que sequer receberá provas de natação durante os Jogos Olímpicos de Paris. Depois de vir ao Brasil e virar até meme em fotos com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Emmanuel Macron participou da cerimônia de inauguração do Centro Aquático Olímpico nesta quinta-feira, 4. 

Por lá, o clima em relação à obra é pouco amistoso. Isso porque o valor investido no empreendimento é maior do que o previsto e gerou incômodo nos franceses. Por quase R$ 1 bilhão, o espaço não vai sediar as provas de natação durante a Olimpíada por ser pequeno demais para a modalidade. 

O Centro Aquático, na verdade, será destinado para as provas classificatórias de nado artístico, saltos ornamentais e polo aquático. Já as provas de natação serão realizadas na Arena La Défense, em Nanterre, a cerca de 13 km da capital francesa. 

Diferente da superestrutura bilionária do Centro Aquático, a Arena contará com duas piscinas desmontáveis que serão transferidas para as cidades de Sevran e Bagnolet depois das olimpíadas. 

Fiasco no investimento 

Sete anos antes, no dossiê de candidatura de Paris para sediar os Jogos Olímpicos, o valor previsto do custo com o espaço era menos da metade do que foi gasto ao final. Foi estipulado que o investimento seria de quase 70 milhões de euros, pouco mais de R$ 384 milhões. 

Orçamento quase triplicou com imprevistos
Orçamento quase triplicou com imprevistos
Foto: Dimitar Bilkoff/AFP

Depois, a previsão subiu para 90 milhões de euros, cerca de R$ 494 milhões. De lá para cá, contando os imprevistos, o valor investido pelo governo francês escalonou e chegou a 175 milhões de euros, o que equivale a R$ 950,9 milhões.

Os tais imprevistos começaram a ser apontados em 2017, quando o projeto final do espaço foi apresentado. Um ano depois, o relatório da Inspeção de Finanças alertou para um provável estouro do orçamento impossível de cobrir. Na ocasião, a construção foi estimada no valor astronômico de 260 milhões de euros (R$ 1,4 bilhão).

Para conter os gastos e fazer o Centro Aquático caber no orçamento, o desenho original chegou a ser modificado. Com o objetivo de tornar o investimento mais barato, o espaço teria apenas 5 mil lugares. No entanto, a capacidade não está de acordo com o exigido pela federação internacional de natação, que impõe um mínimo de 15 mil para a realização de provas da elite do esporte.

Presidente francês esteve no Brasil recentemente
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Foto: Ricardo Stuckert/Reprodução

Promessa de legado olímpico

Mesmo com todos os problemas, a obra foi executada. Os quase R$ 1 bilhão gastos no Centro Aquático Olímpico foram destinados à superestrutura do local. Ligado ao Stade de France por uma passarela sobre a via A1, o espaço possui uma área de 20 mil metros quadrados em estrutura de madeira. 

Em todo o prédio, estão distribuídas quatro piscinas: uma para aprendizado de natação, outra para uso recreativo, uma terceira para competição e a última para mergulho. A promessa é que o Centro Aquático sirva de legado olímpico em Seine-Saint Denis, um departamento francês. 

No site oficial do evento, o compromisso foi firmado: “Pensando além dos Jogos, o Centro Aquático foi projetado para atender às necessidades da região de Seine-Saint-Denis, sua sede, e da comunidade francesa de natação, que agora terá um local que pode sediar as maiores competições nacionais e internacionais”. 

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Fonte: Redação Terra
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