Choro, abraços e sem promessas para Los Angeles-2028: como Ana Marcela viveu resultado mais doloroso em Olimpíada
Campeã olímpica em Tóquio-2020 terminou na quarta colocação na disputa da maratona aquática em Paris
Ana Marcela Cunha chegou a Paris como status de atual campeã olímpica da maratona aquática. Durante o ciclo, ela passou por uma cirurgia no ombro, mudou para Itália para treinar no Velho Continente e chegou a cogitar a parar de nadar por não estar mais feliz. Ela continuou e terminou na 4ª colocação na disputa na capital francesa nesta quinta-feira, 8.
A cobertura dos Jogos de Paris no Terra é um oferecimento de Vale.
Bater na trave na França doeu mais do que o 5º lugar em Pequim-2008, quando estreou na Olimpíada aos 16 anos, ou 10º lugar nos Jogos do Rio, em 2016. De cabelo roxo, Ana saiu abalada do rio Sena e chorou muito antes de começar a maratona de entrevista. Quando acabou o papo com Carol Barcellos, da TV, Globo, as duas deram um longo abraço. Ela também recebeu o carinho da equipe da CazéTV. Ao fundo, as três primeiras colocadas recebiam as suas medalhas.
“Acho que um quarto lugar é um abismo muito grande entre ter medalha e não”, resumiu. Ana Marcela chegou a dizer que preferia ter chegado em 5º lugar, que aí não estaria com o sentimento de “quase”. Ela ainda comparou com o vice-campeonato, que não seria tão amargo quanto a sua colocação final em Paris porque teria uma medalha.
A maior nadadora da história de águas abertas surpreendeu ao contar que há um ano ligou para a psicóloga e disse: “Vou parar de nadar”. Segundo ela, não estava mais feliz. Porém, contou com apoio da família e dos patrocinadores para dar a volta por cima.
A torcida brasileira se espalhou pela margem do Sena para tentar apoiar a nadadora. Muita gente ficou nas pontas dos pés, outros procuravam espiar entre as telas de proteção. O resultado também decepcionou os fãs, que saíram cabisbaixos enquanto os holandeses vibravam com o ouro.
Diferente da maioria das competidoras, Ana Marcela teve dificuldades quando nadou a favor da correnteza. “Senti bastante”, assumiu. E será que podemos esperar a busca pelo bicampeonato em Los Angeles, em 2028?
“Não prometo nada para Los Angeles, mas eu acho que tem a Copa do Mundo aí para frente. Virar uma página e ver como vai ser. Acho que estou com 32, uma bagagem muito grande, muitas conquistas e ver o que eu vou fazer daqui pra frente”, explicou.