Com casos de covid-19 em hotel, judô tem protocolos rígidos
Sete funcionários de hotel tiveram casos positivos antes de chegada da delegação brasileira
Na cidade do Japão com mais atletas brasileiros hospedados para o período de aclimatação e treinamentos visando a disputa dos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, a preocupação é grande do Comitê Olímpico do Brasil (COB) e da seleção de judô, que está em um hotel que se tornou foco de covid-19. Em Hamamatsu, uma das bases de treinos, os dirigentes da Confederação Brasileira de Judô (CBJ) afirmam que os cuidados no local foram reforçados para evitar o risco de contágio.
De acordo com a assessoria do COB, sete funcionários do hotel testaram positivo antes da chegada da delegação brasileira, sem contato com os atletas. Esse número, porém, já teria chegado a 11, mas sem confirmação oficial.
"Nós estamos nos sentindo bastante seguros. São os Jogos da paciência, da calma. Algumas coisas até nos chatearam no início, pelo rigor, todos os cuidados. Hoje, parece que estamos só nós no hotel, não temos contato algum com ninguém, não chegamos nem mesmo à recepção. Temos um elevador exclusivo, não tocamos nem o botão do elevador. Na volta dos treinos, temos um ritual, só saímos do ônibus de cinco em cinco, ficamos sentados sem aglomeração", disse Ney Wilson, chefe de equipe do judô.
"O local de treinamento é dentro do que planejamos, sem ninguém lá. Eu me sinto em segurança. Ninguém tem acesso ao lugar que a gente está. E o hotel é incessante em dar segurança. Na refeição, sentamos sempre de costas um para o outro. É tudo muito cuidadoso nesse sentido. Isso me dá muita segurança para pensar no esporte, na finalização da preparação e na realização dos Jogos", continuou o dirigente da CBJ.
Na última terça-feira, o COB revelou que cinco funcionários do hotel testaram positivo para a covid-19. O número, porém, aumentou para sete trabalhadores nesta quinta, depois de uma reunião da entidade com a prefeitura de Hamamatsu. Um dos casos teria sido de um funcionário do refeitório. Ney Wilson, porém, afirma que os riscos têm sido reduzidos ao mínimo.
"Temos um restaurante exclusivo. Mesas com distanciamento entre uma e outra. Ninguém senta de frente para ninguém. Isso significa que estamos bem seguros. E o sistema é de 'self service', não temos contato nenhum com funcionários. Na entrada do restaurante, todos precisam aferir a temperatura, colocar duas luvas. Acreditamos, sim, que estamos bastante seguros", afirmou.
Ainda assim, de acordo com Ney Wilson, providências inéditas estão sendo tomadas pela delegação do judô. "Ainda chega um segundo grupo da equipe, que ficará independente deste primeiro, que está aqui há cinco dias, até nossa entrada na Vila Olímpica, no dia 22. Por enquanto não haverá contato entre os dois grupos. Serão espaços diferentes, testagens, alimentação e treinos em horários diferentes, para dar segurança a quem já está aqui e quem está chegando. Mesmo o transporte é diferente. E no local dos treinamentos, não tem ninguém lá. Lá é uma jaula. Tem um vidro. Só podem olhar do lado de fora", completou.