'Correu, correu e a gente se encontrou nos Jogos Olímpicos', diz Bia Ferreira sobre revanche com algoz
Em sua 2ª luta nos Jogos de Paris, brasileira venceu por decisão unânime e encara, na semi, rival que a derrotou na final de Tóquio-2020
Beatriz Ferreira não aceitou a derrota que rendeu a medalha de prata nos Jogos de Tóquio e, agora em Paris, terá a oportunidade de lutar pela revanche contra seu algoz, a irlandesa Kellie Harrington: "Ela correu, correu, mas a gente se encontrou, nos Jogos Olímpicos ainda. Ironia do destino, né?".
A cobertura dos Jogos de Paris no Terra é um oferecimento de Vale.
Na tarde desta quarta-feira, 31, a boxeadora soteropolitana conquistou a segunda vitória nos Jogos Olímpicos de Paris. Bia Ferreira 'marretou' a holandesa Chelsey Heijnen e venceu por decisão unânime, avançando à semifinal do torneio e garantindo mais uma medalha ao Time Brasil.
Após a vitória, Bia, não à toa, citou a 'ironia do destino'. O chaveamento da competição olímpica fez com que ela voltasse a encarar Harrington, seu algoz na Olimpíada de Tóquio, quando foi derrotada por decisão dividida. Três anos depois, a baiana afirma ainda não ter aceitado o resultado.
"Então, [Kellie Harrington] correu, correu, mas a gente se encontrou, nos Jogos Olímpicos ainda. Ironia do destino, né? Vamos buscar essa vitória, já que eu não aceitei a derrota de Tóquio. Eu vou brigar com unhas e dentes para sair vitoriosa dessa vez e convencer todos aqueles árbitros que estiverem julgando", disse a boxeadora, que encara a irlandesa no próximo sábado, 3, às 17h08 no horário de Brasília.
Bia também falou sobre a luta contra Chelsey Heijnen e destacou as dificuldades em enfrentar uma oponente que 'complica o combate': "Não fica legal, interessante. Mas o objetivo a gente conseguiu, que era sair com a vitória. É uma atleta que não deixa a luta 'correr', mas eu já esperava isso, que ela fosse complicar mesmo. Porque só assim para ela tentar me ganhar, porque se ela fosse para a trocação, eu estaria pronta".
Com a mira no ouro
Após o vice-campeonato olímpico, em 2021, Bia Ferreira continuou 'aprendendo' e amadureceu para os confrontros seguintes, em busca da medalha 'mãe de todas', como ela chama o ouro da Olimpíada.
"Eu acho que eu amadureci bastante. A gente tem mais três anos aí, eu tive bastante lutas, fui para o [boxe] profissional, então acredito que eu venho aprendendo. Acho que todos os dias eu aprendo um pouco mais. Eu não aceitei daquela vez, eu estudei bastante minha luta para saber o porquê eu não tinha convencido, e eu espero fazer tudo diferente para convencê-los", afirmou a boxeadora.
Uma das favoritas ao ouro olímpico, Bia refletiu, também, sobre o 'peso' de ser um nome forte na disputa: "A pressão é mais nossa de cada atleta, porque quer o resultado. A torcida e essa cobrança é porque a gente tem potencial, a gente tem boxe para isso, todo mundo sabe, então é mais de cada atleta".
Ainda que o ouro, por crueldade no 'destino', não caia sobre os ombros de Bia, a boxeadora já faz história como a maior medalhista, entre homens e mulheres brasileiros, na modalidade. Na semifinal, ela tem medalha garantida, uma vez que o boxe premia com dois bronzes.
"Então, gosto de fazer história, fazer coisas que ninguém nunca fez. E, agora, duas medalhas olímpicas, sou merecedora, e tenho muito orgulho de mim. Espero daqui a 10 anos continuar a ter esse orgulho", exaltou.