Disputada pela primeira vez em Paris, prova olímpica pode ter fim decretado; entenda
O revezamento misto da marcha atlética tem seu futuro incerto
Uma prova que acaba de entrar e ser disputada pela primeira vez nos Jogos de Paris-2024 pode ter seu fim decretado mais cedo do que se esperava. Trata-se do revezamento misto da marcha atlética, cujo futuro é incerto.
A cobertura dos Jogos de Paris no Terra é um oferecimento de Vale.
"A gente não sabe qual é o futuro dessa prova. Por exemplo, ano que vem tem Campeonato Mundial e não tem essa prova, é o 35km individual, de novo. Essa prova é uma proposta do COI para os Jogos Olímpicos, mas parece que a World Athletics não comprou para botar no Mundial", diz o atleta brasileiro Caio Bonfim, medalha de prata na marcha atlética.
A ideia surgiu para aumentar o número de provas mistas nos Jogos Olímpicos sem ampliar o de participantes. Foi nesse mesmo contexto que surgiram as provas por equipes no judô e no triatlo, além do revezamento 4x400m misto no atletismo.
Entretanto, diferentemente das outras modalidades citadas, a World Athletics nunca incorporou o revezamento misto da marcha no programa dos seus Mundiais. A prova só entrou no Mundial de Marcha Atlética deste ano porque era necessário um evento para definir os países qualificados. Ela também entrou para os Jogos Pan-Americanos de 2023.
Até a Rio-2016, o programa olímpico tinha a marcha 50km, uma prova disputada só por homens, que foi bastante criticada pela desigualdade de gênero. Assim, a versão feminina da prova foi incluída no Mundial de Londres-2017, porém, só sete atletas se inscreveram.
A portuguesa Inês Henriques, campeã na ocasião, chegou a apelar à Corte Arbitral do Esporte (CAS) para que a prova fosse incluída em Tóquio-2020, mas o tribunal alegou não ter jurisdição para isso. Assim, os Jogos de Tóquio tiveram só a prova masculina, que saiu do programa agora para dar lugar ao novo revezamento misto.
Entretanto, com pouco apelo popular, o fim do revezamento misto pode estar mais próximo do que se imagina.