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Em meio à pandemia de coronavírus, Scheidt adapta treinos em sua casa na Itália

'Provavelmente não teremos mais nenhuma competição até os Jogos e isso coloca todo mundo em um nível de igualdade', afirmou o atleta olímpico

18 mar 2020 - 14h11
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A pandemia do novo coronavírus, denominado Covid-19, tem obrigado atletas a ficar em casa em todo o mundo. O bicampeão olímpico Robert Scheidt, que mora da Itália, um dos países mais atingidos pela doença, é um desses. Só que, mesmo confinado, o velejador brasileiro não abandona os treinamentos visando os Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, marcada para julho.

Mesmo com o risco de cancelamento da Olimpíada, Scheidt segue firme na preparação física e na luta para poder velejar nesse período. "Não tenho podido ir para a água porque existe uma proibição quanto a atividades externas. Mas estou tentando viabilizar uma permissão com uma carta do COB (Comitê Olímpico do Brasil)", contou.

Robert Scheidt segue preparação para Tóquio-2020, apesar do coronavírus
Robert Scheidt segue preparação para Tóquio-2020, apesar do coronavírus
Foto: Divulgação / Estadão

Se tudo der certo, Scheidt volta a colocar seu barco da classe Laser nas águas do Lago Di Garda, praticamente no quintal de sua casa, na cidade de Torbole. Enquanto isso, divide o tempo entre os treinos físicos adaptados dentro de casa e a mulher, Gintare, e os dois filhos, Erik e Lukas.

"Essa é uma situação sem precedentes na historia mundial e no olimpismo. Provavelmente não teremos mais nenhuma competição até os Jogos e isso coloca todo mundo em um nível de igualdade. Todos chegarão sem ritmo de regata. Ao mesmo tempo, isso é uma oportunidade para quem souber aproveitar bem esse período para se preparar da melhor forma possível. É o que estou fazendo, tocando em frente", afirmou o maior medalhista olímpico do Brasil, com cinco pódios.

Para Scheidt, o momento não é de especular se os Jogos Olímpicos serão ou não cancelados. Mas de trabalhar com o foco em julho, já que, oficialmente, o evento ainda está mantido para a data original pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) e o Comitê Organizador de Tóquio-2020.

"Em termos globais, tudo isso é muito ruim. E no esporte não é diferente, mas é uma situação que não posso controlar. Assim, sigo na luta para fazer o máximo possível, com treinos físicos em casa, adaptando o que posso para manter o condicionamento, tônus muscular, força e flexibilidade", completou o brasileiro, que deveria embarcar na quinta-feira passada para duas semanas de treinos na Espanha, antes de disputar o tradicional Troféu Princesa Sofia, a partir do próximo dia 25, em Palma de Maiorca, mas foi obrigado a cancelar a viagem. "Vou ficar na Itália com a minha família. Nem um retorno ao Brasil é cogitado, pois existe o risco de não conseguir voltar, sem falar na necessidades de quarentena", disse.

Estadão
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