Emocionada, Thaisa se despede dos jogos, 'passa bastão' para Diana e cita lesões
Meio-de-rede já teve o menisco lateral 'destruído', entre outras lesões de cartilagem
A Seleção Brasileira Feminina de Vôlei desbancou a Turquia neste sábado, 10, e conquistou a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Paris. Para Thaisa Daher, de 37 anos, que atua como meio-de-rede, 'o bronze vai ter gosto de ouro', além disso, ela se emocionou ao falar da despedida da Seleção Canarinha.
A cobertura dos Jogos de Paris no Terra é um oferecimento de Vale.
"Acabou", disse Thaisa Daher, chorando copiosamente. "Quando eu abracei meu marido eu falei: 'Acabou'. Eu não tinha entendido, encerrou o ciclo. Foi uma vida dentro da Seleção. Só a gente o que é estar aqui, só a gente sabe o que a gente passa e tudo que a gente tem que superar para estar aqui, mas é muito amor pelo que a gente faz. Eu agradeci muito as meninas, eu queria muito trazer o ouro para elas, mas esse bronze vai valer como ouro, eu nunca vi que um grupo tão dedicado, eu senti uma gana diferente desse grupo. Eu falei Diana toma que é seu o bastão, eu tenho muito orgulho de ter feito parte disso, mas dói, né...[a despedida]", continuou ela, em entrevista à reportagem da Globo, logo após a partida.
A meio-de-rede ainda fez questão de enfatizar o quanto ficou afeiçoada pela equipe do vôlei feminino. Segundo ela, todas se tornaram família por se dedicar pelo mesmo sonho e por se acolher em momentos difíceis. "Estou feliz e triste ao mesmo tempo. Eu só tenho que agradecer. Esse grupo que me acolheu com muito amor. Eu só quero assistí-las [a partir de agora] e torcer muito [por todas elas]. É muito empenho, esforço e dedicação, não é só na quadra que tem esforço, é tudo na vida, a gente trabalha 24h00. Muitas vezes a gente deixa de lado a família, você abdica de tudo para estar aqui, para viver isso".
Thaísa vestiu a camisa da Seleção pela primeira vez em 2007. Depois das Olimpíadas do Rio-2016, ela foi contratada pelo Eczacibasi, da Turquia. Na temporada seguinte, sofreu a pior lesão da carreira: seu menisco lateral foi destruído, tirando as lesões de cartilagem que já tinha. De volta nos Jogos Olímpicos de Paris, a dor foi sua companheira de quadra.
"Eu estou cheia de dores, é normal ter essas dores, é normal, atleta é isso. Eu não iria ganhar nada sozinha, uma por uma deram seu melhor [e conquistamos essa medalha de bronze]. Só agradeço".