Futebol marca 1º protesto antirracismo dos Jogos de Tóquio
Jogadoras das duas seleções ficaram ajoelhadas em campo antes do início da partida; COI liberou manifestações na Olimpíada
A partida entre Chile e Grã-Bretanha no futebol feminino registrou o primeiro protesto antirracismo dos Jogos Olímpicos de Tóquio. Antes do início do jogo, no Sapporo Dome, as jogadoras das duas seleções ficaram ajoelhadas em campo.
O duelo válido pela primeira rodada do Grupo E terminou com o triunfo das britânicas por 2 a 0, com os gols da atacante Whyte. O primeiro aos 17 minutos da etapa inicial e o segundo aos 27 do tempo final.
O primeiro protesto em Tóquio surge após o Comitê Olímpico Internacional afrouxar a regra 50 da Carta Olímpica que consiste em proibir as manifestações políticas por parte dos atletas nos Jogos. "Nenhum tipo de manifestação ou propaganda política, religiosa ou racial é permitida em locais, instalações ou outras áreas olímpicas", diz a regra.
O COI decidiu permitir aos atletas expressem suas opiniões políticas nas zonas mistas ou em redes sociais, além dos locais de competição, sempre antes do início do evento, como acontece antes da partida entre Chile e Grã-Bretanha.
O único pedido é que os protestos não sejam atos contrários aos "princípios fundamentais do olimpismo", que visam contribuir na construção de um mundo melhor, sem qualquer tipo de discriminação, e assegurar a prática esportiva como um direito de todos.
A entidade anunciou ainda mudanças no juramento olímpico, que será lido na cerimônia. A pedido da Comissão de Atletas, pela primeira vez os termos "inclusão" e "igualdade" farão parte do texto. Outra alteração é que, se antes estava previsto que três pessoas leriam a declaração, agora o número passou para seis (dois atletas, dois treinadores e dois juízes).
O torneio de futebol feminino, que teve início nesta quarta-feira, inclusive com a vitória da seleção brasileira por 5 a 0 sobre a China, vai ser disputado na Olimpíada até 7 de agosto, penúltimo dia de competições.