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Giba projeta ciclo olímpico, evita dizer ser o maior da história e responde sobre 'zica' a Gabi

Em conversa com o 'Estadão', campeão olímpico avalia que seleção feminina está à frente da masculina para Los Angeles-2028

18 set 2024 - 09h40
(atualizado às 13h21)
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Campeão olímpico em Atenas-2004, Giba acompanhou de perto as seleções brasileiras de vôlei na Olimpíada de Paris-2024. Uma cena que viralizou foi quando o ex-jogador colocou sua medalha de ouro no pescoço de Gabi Guimarães, capitã do time feminino. Para alguns, o ato "deu azar" à equipe, que perdeu na semifinal para os Estados Unidos e ficou com o bronze após vencer a Turquia.

Giba é embaixador da fundação de projetos sociais da Federação Internacional de Voleibol e descarta atuação em categorias profissionais como técnico ou gestor.
Giba é embaixador da fundação de projetos sociais da Federação Internacional de Voleibol e descarta atuação em categorias profissionais como técnico ou gestor.
Foto: @giba7oficial via Instagram / Estadão

Ao Estadão, Giba desdenha de superstições, mas justifica o bigode usado em partidas decisivas. O ex-ponta repetiu que a sua geração deixou o brasileiro mal-acostumado com o pódio e reitera que foi a equipe da qual fez parte a responsável por mudar o voleibol. Ele também estava nas campanhas de prata, em Pequim-2008 e Londres-2012.

Faltou algo nos ciclos que você participou, foi medalhista, mas não chegou ao ouro?

Eu acredito que não. Eu trabalho hoje na Federação Internacional, como embaixador da fundação dos projetos sociais. Eu estava fazendo um estudo lá na Suíça e, desde 1896, foram distribuídas em torno de 16.000 medalhas, para 140 países. Então, só da gente ter três é coisa para caramba. O outro número que eu vi também: são hoje são 8 bilhões de pessoas praticamente do mundo, 254 mil pessoas que participam de uma olimpíada. É 0,03% da população mundial, então só chegar na Olimpíada, você já era um campeão. Eu acredito muito nisso e a gente conseguiu chegar em três finais.

Você não pode tirar o mérito do adversário. Os Estados Unidos jogaram muito bem em 2008. O time da Rússia, em 2012, fez uma mudança ali que nós não estudamos e não conseguimos marcar o central, que foi para o oposto. Isso realmente complicou um pouco a nossa vida ali naquele 2 a 0 para a gente. Mas, assim, mérito deles. Muitas vezes a bola bateu na trave e entrou para o nosso lado, e a gente fez o máximo, a gente empenhou o máximo, mas o outro time tava melhor naquela ocasião.

O que dá para responder para quem diz que você zicou ao dar a medalha para a Gabi?

Eles têm que parar de achar que usar uma cueca vermelha vai funcionar, ou que se a medalha foi dada, vai dar... O que vale é o trabalho, empenho e a dedicação que a gente teve durante o tempo inteiro para poder fazer isso. E isso é a minha opinião. Eu não acredito nisso (superstição). Tem gente que acredita. Eu não acredito.

Nem em bigode?

O bigode virou um pedido dos atletas. Eu fiz ele em 2004, uma homenagem para o meu pai, que usava aquele bigode. O apelido dele era mexicano. Fiz uma homenagem para o meu pai e fui o melhor jogador da Olimpíada. Enfim, a gente ganhou. E aí chegou no outro campeonato, os caras falam: 'Agora você vai deixar o bigode'. Virou uma superstição para o time e o para o adversário. Eu passei a ver também. 'Puxa, o Giba está aquele bigode hoje ferrou'. Então virou uma arma psicológica, tanto para o meu time quanto para o adversário. Então eu falei: 'É só eu fazer o bigode. Beleza eu vou jogar mesmo, estou treinando'. Virou um ícone mesmo para gente.

Você tem receio em dizer que foi o maior jogador de vôlei da história?

O maior, não acredito. Eu acredito que tenha sido um deles. "O maior" muita engloba muita coisa. Você está falando de Japão na década de 1960, Rússia na década de 1970; em 1980, Estados Unidos. Tiveram grandes jogadores. Eu faço parte de um grupo seleto, sim, mas eu não me coloco como maior.

O que você acha da manutenção de Zé Roberto de Bernardinho nas seleções?

Você tem o respeito do time, da Confederação Brasileira de Vôlei. São dois ótimos técnicos. Agora vamos esperar para ver. A gente sabe que tem mundial a cada dois anos. Isso daí vai dar uma visão muito maior de como o Brasil vai estar. O ano que vem já tem o primeiro campeonato mundial. A gente tem como ter uma noção muito maior de como o Brasil vai chegar lá na Olimpíada.

O torcedor pode esperar o Giba na beira da quadra ou na gestão de uma equipe?

Tenho bem traçado, faz parte de um planejamento. A partir do ano que vem, vamos ter um novo presidente da FIVB, o Fabio Azevedo, que hoje é o diretor-geral da federação. Nosso atual presidente, Ary Graça, está deixando depois de 12 anos.

Eu já tive alguns cargos lá. Fui presidente da comissão dos atletas, depois fui diretor-executivo da África, para o desenvolvimento do voleibol no continente. E hoje trabalho como embaixador da fundação de projetos sociais. Isso é uma coisa que realmente me encanta. Tivemos na Índia, Tailândia, vamos para Quênia e Filipinas. Estar perto dessas crianças e poder passar a nossa experiência e nosso amor pelo esporte é algo que me encanta.

Perto da quadra, não vão ver o Giba tão cedo, a não ser para bater palma.

Você pensa em um futuro na área da política?

Não. Hoje eu estou empenhado. Tenho contrato com um grupo do Paraná, dono de resorts. Estou lá com a parte de clínica de voleibol. Estou bem organizado, fazendo palestras corporativas, que têm tudo a ver.

Estadão
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