Iraniano campeão do tiro esportivo em Tóquio é acusado de fazer parte de divisão terrorista
Javad Foroughi, de 41 anos, foi denunciado por grupo de direitos humanos do país e pode perder sua medalha de ouro
O atleta do tiro esportivo do Irã, Javad Foroughi, venceu a competição com pistola de ar de 10m nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Porém, esse não foi o fato mais relevante do dia. Algumas horas depois de sua conquista, o 'Unidos por Navid', grupo iraniano que briga por direitos humanos, acusou o medalhista de ouro de ser integrante de uma organização terrorista. Ele se tornou o primeiro medalhista olímpico da história do Irã na modalidade e é o mais velho da delegação, com 41 anos.
Um pedido para que o Comitê Olímpico Internacional abra um inquérito sobre seu passado foi feito. Eles também pedem que o órgão suspenda a medalha do esportista, assim como toda suas conquistas na carreira. Ele, que faz parte das forças armadas de seu país, é membro da Guarda Revolucionária Islâmica, vista pela CIA, Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos, como grupo terrorista.
Segundo nota do COI, todos os atletas olímpicos "se adequam a regras internacionais que validam a participação em competições". Apesar de muitos atletas serem integrantes das forças armadas, o 'Unidos por Navid' crê que essa não é uma boa justificativa para absolver seu compatriota. Caso não haja uma investigação imediata, o grupo afirmou que a Comissão de Ética do COI será "cúmplice da promoção do terrorismo e de crimes contra a humanidade".
Masih Alinejad é a líder do grupo defensor dos direitos humanos, que conta com outros atletas. Ele foi criado no ano passado após a execução do lutador Navid Afkari, condenado pelo governo iraniano por assassinato de um segurança e formação de grupo rebelde. Para seus integrantes, o país já violou os direitos humanos e a Carta Olímpica em mais de uma oportunidade, por isso creem que o COI e a Fifa deveriam suspender a delegação iraniana de competições oficiais.
Durante esses Jogos, a nação asiática vem sofrendo pressão da entidade olímpica devido a casos em que atletas são proibidos de enfrentarem israelenses em competições. Quanto a punições, apenas a Federação Internacional de Judô deu uma sanção de quatro anos ao Irã em abril por uma situação igual ocorrida em 2019.