Isaquias relata decepção com resultado no C2 500m: ‘Não foi nada do que esperávamos’
Com Jacky Godmann, canoísta ficou com a última colocação da final
Ao lado de Jacky Godmann, Isaquias Queiroz terminou com a última colocação da final do C2 500 metros da canoagem dos Jogos Olímpicos. O resultado da manhã desta quinta-feira, 8, foi frustrante para o atleta de 30 anos, que, ainda em Paris, poderia alcançar sua sexta medalha e igualar a ginasta Rebeca Andrade como brasileiro com mais conquistas no maior evento esportivo do mundo.
A cobertura dos Jogos de Paris no Terra é um oferecimento de Vale.
Para o multimedalhista, a decepção aumenta ao olhar para o nível dos treinamentos realizados com o companheiro nos últimos meses. Ele retomou a parceria com o jovem de 25 anos após um período sabático com a família.
“Treinamos bastante, pesado nos últimos meses. Demos nosso máximo. Não tem como sair de uma prova dessa descansado. O vento pegou um pouquinho para o nosso lado, atrapalhou bastante. O resultado não foi nada do que esperávamos. O barco estava andando muito rápido no Brasil e em Portugal. Tínhamos falado que deveríamos sair com a medalha”, disse à TV Globo.
Isaquias também guarda um sentimento de tristeza por Godmann. Segundo ele, o atleta apresentou uma grande evolução no último ano. Essa é a segunda Olimpíada em que eles competem juntos. A primeira foi em Tóquio-2020, com a quarta colocação no C2 1.000 metros.
“O que me deixa mais triste é que o Jacky vinha bem, evoluiu bastante. No Mundial do ano passado, fomos muito mal. O Jacky se preparou muito para essa Olimpíada. É um resultado péssimo com o que a gente treinou. Esse é o mais deprimente de tudo”, destacou.
Caso tivessem repetido o tempo de 1m39s95 da semifinal, Isaquias e Jacky teriam conquistado a prata na final. No entanto, a marca de 1min42s58 rendeu apenas a última colocação.
“Não conseguimos repetir a mesma prova da semifinal. O resultado não é nada agradável. Queria sair daqui com as duas medalhas. Até porque com essa medalha chegaria mais motivado por C1, que vai estar 'pegado' também”, explicou.
Se conquistasse a medalha no C2 500m em Paris-2024, Isaquias teria a chance de igualar Rebeca Andrade na liderança de conquistas brasileiras em Jogos Olímpicos. Isso porque ele ainda disputa o C1 1.000.
Em seu currículo, o atleta baiano tem quatro medalhas: duas pratas, uma no C1 1.000m e outra no C2 1.000m, o bronze no C1 200m na Rio-2016, e o ouro do C1 1.000m em Tóquio-2020.
Agora, para chegar ao quinto pódio, Isaquias vai levantar a cabeça e se concentrar para a semifinal desta sexta-feira, 8. A decisão da prova acontece no mesmo dia.
“É complicado. A gente pede desculpa para torcida. Pessoal espera a gente no pódio, hino nacional. Agora, é ver com o treinador e se concentrar. Não vai ser fácil o C1, assim como o C2 não estava. Estou preparado para o C1. Agora não tem jeito, é ir com tudo. Levantar a cabeça e dar o máximo para representar todo mundo que está em casa, Time Brasil e Comitê Olímpico”, completou.
Jacky Godmann
Em sua segunda participação olímpica, Godmann disputou apenas o C2 500m em Paris. Com o resultado desta manhã, o atleta lida com a frustração de voltar sem medalha para casa.
“É muito frustrante sair sem medalha. A gente veio com esse objetivo, é ruim, chateado, com raiva, de não poder levar medalha para o Brasil, para a família, para todos da Bahia, meu clube. É isso, tô triste”, disse aos jornalistas após a final.
Diferentemente de Tóquio-2020, quando disputou o C2 1.000 ao lado de Isaquias e o C1 1.000 no individual, Godmann destacou que chegou mais experiente à França. No entanto, o desempenho na decisão não foi o suficiente para o pódio.
“Mudou porque eu estava mais tranquilo, mais experiente. Acaba que a gente vai ganhando isso ao longo do tempo. Mas é uma prova rápida, uma prova que não pode ter erro, tem que ter o final. Então acredito que nós não tivemos final para brigar por medalha. Então é isso”, completou.