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Jogos Paralímpicos

Medalha de bronze nas Paralimpíadas, brasileiro fabricou próprio equipamento para competir

Ariosvaldo Fernandes, o Parré, buscava uma medalha paralímpica desde Pequim 2008

5 set 2024 - 10h48
(atualizado às 12h02)
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Ariosvaldo Fernandes, o Parré, atingiu o feito de conquistar uma medalha na corrida em cadeira de rodas nas Paralimpíadas utilizando um equipamento fabricado por ele mesmo. Na última quarta (5), Parré ficou em terceiro lugar nos 100m T53 mesmo enfrentando rivais com equipamentos de tecnologia mais avançada e levou o bronze.

Ariosvaldo Fernandes  durante disputa dos 400m T53 nas Paralimpíadas Paris 2024
Ariosvaldo Fernandes durante disputa dos 400m T53 nas Paralimpíadas Paris 2024
Foto: Wander Roberto/CPB / Lance!

Parré buscava o pódio desde os Jogos de Pequim 2008. Ele ficou em quarto lugar por 3 vezes e, agora, finalmente chegou a sua primeira conquista em Paralimpíadas. O brasileiro, que estreou em Paris nos 400m, comentou sobre a diferença de acesso a um equipamento de melhor tecnologia após sua primeira prova. "Infelizmente, hoje em dia o Brasil está ficando para trás na questão do equipamento, não está no nível do material que estão usando, que é o carbono. Acredito que isso esteja fazendo a diferença", afirmou. Usando sua experiência, o atleta fabricou sua cadeira de rodas em parceria com uma fabricante nacional e competiu de igual para igual contra rivais que fazem uso do carbono.

Quarto colocado nos 400m e terceiro nos 100m, Ariosvaldo Fernandes analisou o impacto que o equipamento tem nas diferentes provas. Segundo ele, em uma prova mais curta, é possível superar a aerodinâmica dos equipamentos adversários usando a força. Em provas longas, o atleta precisa fazer força por mais tempo e o equipamento faz mais diferença no resultado. "Hoje em dia, na prova mais curta, a cadeira não faz toda a diferença. Claro que ajuda bastante uma cadeira de carbono, uma cadeira mais leve, mas quando precisa passar acima de 800 metros, a cadeira toda de carbono, que tem essa tecnologia de aerodinâmica, ajuda muito", disse Parré após a conquista do bronze.

Parré dedicou ainda sua conquista para a triatleta Jéssica Messali, que teve um problema mecânico na sua cadeira e precisou abandonar sua prova. Ele tentou ajudá-la durante a madrugada que antecedeu a competição dela, mas infelizmente não conseguiu consertar a cadeira. "Fiquei até 4h da manhã tentando, mas infelizmente, os recursos que tinham na hora não permitiam consertar", lamentou.

- Dedico essa medalha pra ela (Jéssica). Depois eu a encontrei e ela me agradeceu muito. Isso é pra ela também, né? Ela é minha amiga, ela é uma pessoa muito querida. Fez a melhor natação dela lá, mas na hora da cadeira, infelizmente aconteceu. E isso também foi porque ela tem uma cadeira japonesa, é tão difícil a gente adquirir essas peças. Então, infelizmente, a cadeira era muito difícil arrumar. Fiquei muito triste no dia, não consegui dormir naquela noite, mas eu acho que ela tá bem -, finalizou o brasileiro.

Lance!
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