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LeBron, Curry e Tatum: Paris verá o maior Dream Team da história?

Astros da NBA tentam, nos Jogos de Paris, superar desempenhos icônicos das equipes de Jordan, Bird e Magic; Kobe, Wade e um jovem LeBron

19 jul 2024 - 12h06
(atualizado em 22/7/2024 às 15h33)
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Tic-tac, faltam menos de 10 dias para o Dream Team III parar Paris e o mundo - de novo.

A gente, claro, TerraCestou.

A mais nova "panela" da maior liga de basquete que existe chega carregada de expectativa à Cidade Luz.

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Os Jogos Olímpicos de Paris contarão com o que há de melhor no esporte, mas, sem dúvidas, o time de basquete masculino dos Estados Unidos é uma das atrações mais esperadas.

A seleção norte-americana trará, mais uma vez, uma lista impressionante de superestrelas da NBA. Jogadores como LeBron James, Stephen Curry e Kevin Durant farão parte do quinteto titular em solo francês.

No entanto, nem sempre foi assim.

A origem do termo, o pesadelo e o início de um Sonho

Nas edições que antecederam a Olimpíada de Barcelona, realizada em 1992, os Estados Unidos levavam aos Jogos apenas atletas amadores e universitários, já que a FIBA [Federação Internacional de Basquete] proibia a participação de jogadores da NBA.

No início da década de 1990, após revisão na decisão da FIBA, o USA Basketball, entidade que rege a seleção masculina dos Estados Unidos, formaria um comitê que, ao longo de um período de dois anos, teria a missão de escolher 12 jogadores do país. Missão razoavelmente cumprida...

A humilde lista: Magic Johnson; Charles Barkley; Karl Malone; John Stockton; Patrick Ewing; David Robinson; Larry Bird; Chris Mullin; Scottie Pippen; Christian Laettner; Clyde Drexler e um tal de Michael Jordan.

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Foto: GettyImages

Antes mesmo do aguardado anúncio, um repórter da revista Sports Illustrated teve uma ideia durante o All-Star Game de 1991: imaginar como seria a seleção norte-americana estrelada pelos melhores jogadores da NBA! A capa da revista trouxe então um quinteto formado por Charles Barkley; Patrick Ewing; Karl Malone; Magic Johnson e Michael Jordan. No alto da publicação, o termo que se eternizaria: "Dream Team" [o "Time dos Sonhos"].

Três anos antes, os Jogos Olímpicos de 1988 entrariam para história como o embrião do Time dos Sonhos. Em Seul, os norte-americanos tiveram o orgulho ferido ao serem eliminados pela então União Soviética nas semifinais, por 82 a 76. A vitória sobre a Austrália na disputa do bronze foi inútil, o estrago já estava feito.

Fracasso.

A derrota criou nos norte-americanos a necessidade de provar ao mundo que os EUA continuavam sendo o país do basquete. Apenas em 1992, nos Jogos de Barcelona, que as estrelas do melhor basquete do planeta estiveram reunidas no mesmo time para uma disputa olímpica. A lendária equipe formada por Jordan, Magic e cia. fundou um patrimônio cultural esportivo que ficaria para sempre nos livros.

Com cinco vitórias em cinco jogos, o Dream Team não apenas conquistou a medalha de ouro, mas também venceu os adversários com uma diferença média de 43 pontos por partida. A menor margem de diferença foi na final contra a Croácia [32 pontos] e deixou bem nítida a superioridade técnica do time que não pediu[!] nem ao menos um tempo técnico durante o torneio... O técnico Chuck Daily foi passear?

Foi.

Os Estados Unidos marcaram mais de 110 pontos em todos os jogos, exceto no da medalha de ouro - no qual fizeram 103. Jordan, Bird e o esquadrão foram capazes de vencer o ótimo time croata liderado por Tony Kukoc e Drazen Petrovic por incríveis 32 pontos de diferença na grande final.

Oito tranquilas vitórias, ouro no peito e história escrita.

A equipe não deu chances a qualquer adversário e o desempenho em quadra colocou Michael Jordan e Scottie Pipen como os primeiros jogadores com título da NBA e medalha de ouro olímpica no mesmo ano no currículo.

Jayson Tatum, Jrue Holiday e Derrick White terão a chance de repetir o feito na França. O trio foi campeão pelo Boston Celtics nesta temporada e chegará com sede em Paris. Fato curioso é que o MVP das finais da NBA, Jaylen Brown, foi “esnobado” pela seleção e acabou ficando de fora dos convocados. A história fica ainda mais polêmica pela inclusão de White entre os selecionados. O jogador, também dos Celtics, não estava relacionado na lista inicial e só foi convocado após o corte de Kawhi Leaonard, por lesão.

Polêmica à parte, a equipe de 2024 chega com a responsabilidade de manter o legado do "Dream Team" de 32 anos atrás, do "Redeem Team" de Beijing 2008 [pós-fiasco de 2004], e do "Dream Team II", que assombrou fãs e imprensa em 2012.

Além da experiência de LeBron, Curry e Durant, os Estados Unidos contam agora com jovens estrelas em ascensão. Jayson Tatum, Joel Embiid, Devin Booker e Tyrese Haliburton também querem fazer história e apagar um decepcionante resultado na Copa do Mundo da FIBA em 2023, quando os norte-americanos amargaram a quarta colocação na competição.

Os Jogos de Paris marcam o retorno da dupla do Los Angeles Lakers campeã 12 anos atrás nos Jogos de Londres. LeBron James e Anthony Davis são os únicos remanescentes daquela equipe.

Por outro lado, Kevin Durant, Bam Adebayo, Devin Booker, Jrue Holiday e Jayson Tatum são os atuais campeões olímpicos - título conquistado sobre a França nos Jogos de 2020, em Tóquio.

Independente do elenco em cada edição, fato é que a seleção norte-americana, com as estrelas da NBA, tem construído uma verdadeira dinastia.

Desde do Dream Team I, em 1992, apenas uma vez os norte-americanos não conquistaram o ouro. Em 2004, nos Jogos de Atenas, a seleção argentina de Manu Ginóbili e Luis Scola foi a grande vencedora. Os Estados Unidos ficaram com o bronze mesmo tendo em quadra uma equipe que contava com Tim Duncan, LeBron James, Allen Iverson e Dwayne Wade - o que torna tudo incrivelmente absurdo, surpreendente e enorme [principalmente do ponto de vista argentino. Ok, não só deles...].

Resgate e redenção em solo chinês

Em 2008 o roteiro voltou à normalidade e os Estados Unidos emplacaram o ouro. Mas o chamado Redeem Team, assim apelidado [Redenção] por causa do fracasso quatro anos antes, contou com Kobe Bryant, LeBron James, Dwyane Wade e Carmelo Anthony, além do treinador Mike Krzyzewski, devolvendo em Pequim algo que o norte-americano preza muito: o orgulho protagonista.

O segundo Sonho: deu tudo certo!

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Foto: GettyImages

Em 2012, o "maior Dream Team de todos". Ao menos era o que achava o genial e inesquecível Kobe Bryant. Aqui entre nós: não foi, mas marcou época também. Com média de mais de 30 pontos de vantagem por jogo, o Dream Team II coroou de vez o jovem LeBron, campeão da Liga e dos Jogos no mesmo ano, e apresentou ao novato Anthony Davis o gosto do mais cobiçado metal.

A histórica campanha contou com jogos mais duros, como no duelo vencido por apenas cinco pontos contra a Lituânia, e com a apertada final diante da Espanha [107 a 100].

Mas quem esteve em Londres jamais se esquecerá dos 83 [sim, oitenta e três!] pontos de vantagem sobre a Nigéria na vitória por 156 a 73. Os 37 pontos de Carmelo Anthony na mesma noite fizeram do ala o maior pontuador em uma só partida dos EUA em Olimpíadas.

O legado

A equipe de 1992, no entanto, segue sendo a mais lembrada por contar com jogadores que colocaram a NBA como uma liga global venerada em todo o mundo.

Não por acaso, em 1996, 12 dos 10 jogadores daquele time foram nomeados entre os 50 Maiores da História da NBA [primeiros 50 anos da Liga].

Em 2021, a NBA divulgou uma nova lista em comemoração aos 75 anos de aniversário da competição. A “nova geração” fez companhia às estrelas do passado. Stephen Curry, Anthony Davis, Kevin Durant e LeBron James são os jogadores da recente lista que estarão presentes nos Jogos Olímpicos de 2024, em Paris.

Alta patente em Paris

Se dentro de quadra o time é repleto de talento, fora dela o comando também é estelar. A comissão técnica norte-americana será liderada por Steve Kerr, treinador tetracampeão com o Golden State Warriors. Ao lado dele, dois "assistentes de luxo" que também ostentam títulos de NBA. Erik Spoelstra, que comandou LeBron James em dois títulos nos tempos de Miami Heat [2012 e 2013], além de Tyron Lue, treinador do Los Angeles Clippers e que também teve LeBron como jogador na conquista inédita do Cleveland Cavaliers, em 2016.

Não há duvidas que a seleção norte-americana tem todas as ferramentas para conquistar o 17º ouro olímpico da modalidade. A geração de 2024 conseguirá se colocar na mesma prateleira do time de 1992? Ou até mesmo da selecão de 2008 e 2012?

A resposta será dada a partir de 28 de julho.

Os Estados Unidos fazem o primeiro duelo contra Nikola Jokic e a seleção da Sérvia, em partida válida pelo Grupo C da fase preliminar.

O Terra, mais uma vez, estará lá... Cestemos em Paris.

Fonte: Terra Content Solutions
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