'Não pode deixar baixar a guarda', diz Virna sobre duelo Brasil x Polônia no vôlei feminino
Medalha de bronze em Atlanta-96 e Sidyney-2000 destacou: "Moralmente, a gente precisa ganhar delas"
A seleção brasileira feminina de vôlei está com 100% de aproveitamento nos Jogos Olímpicos de Paris, com duas vitórias diante do Quênia e Japão, ambas por 3 sets a 0. A equipe volta à quadra neste domingo, às 16h (de Brasília), para enfrentar a Polônia, na Arena 1 Paris Sulem, em partida válida pela última rodada do Grupo B.
A cobertura dos Jogos de Paris no Terra é um oferecimento de Vale.
Medalhista olímpica de bronze consecutiva em Atlanta-1996, e Sidney-2000 Virna espera que o time do técnico José Roberto Guimarães mantenha a mesma seriedade que teve até agora. “O jogo da Polônia é muito importante para o Brasil. Moralmente, a gente precisa ganhar delas. É um adversário muito forte. Não pode deixar baixar a guarda e tem que entrar com o mesmo comportamento que entrou contra o Japão”, disse ela em entrevista exclusiva ao Terra.
Apesar da seleção ter conquistado duas vitórias seguidas na competição, a ex-jogadora acha muito cedo pensar em medalha. Virna está na capital francesa acompanhando tudo de perto como ‘Embaixadora dos Esportes”, a convite do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), junto com outros ex-atletas, como Vanderlei Cordeiro de Lima, a ex-jogadora de basquete Janeth e ex-jogador de vôlei Maurício.
“Na Olimpíada, os pequenos se tornam grandes. A gente vê muitos favoritos que tropeçam e não ganham. E, às vezes, quando você não é o favorito, vai lá com toda a sua coragem, força e supera”.
Melhor jogo contra o Japão
Virna não tem dúvidas em afirmar que até agora a seleção feminina fez seu melhor jogo em Paris-2024 diante do Japão. “O Brasil deu uma aula de vôlei. A gente entrou muito aplicado, taticamente jogando, sacando e bloqueando muito bem. O Brasil neutralizou a equipe do Japão e não deixamos elas jogarem”, comentou. “E olha que elas eram favoritas ao título e estão eliminadas. Não jogamos contra qualquer adversário”.
A ex-atacante também elogiou a equipe contra o Quênia, também pelo fator psicológico. “Uma estreia de Olimpíada gera muita ansiedade, tensão. O Brasil conseguiu jogar muito bem. O Zé Roberto teve a oportunidade de colocar praticamente todo o banco de reserva porque em Olimpíada a gente sabe que são 12 que vão jogar, que a gente não pode contar só com as seis titulares”, ressaltou.
Volta por cima do masculino
A seleção brasileira masculina de vôlei se classificou às quartas de final no maior sufoco, após vencer o Egito por 3 sets a 0 e ter iniciado a competição com duas derrotas consecutivas. Mesmo assim, Virna não tem dúvidas de que os comandados de Bernardinho vão dar a volta por cima na Olimpíada de Paris.
“Eu acredito muito nessa equipe masculina. Porque mesmo com essa dificuldade, a gente conseguiu se classificar e fez um resultado positivo contra o Egito”, recordou.
A ex-jogadora ainda comentou sobre as primeiras derrotas nos Jogos do masculino. “O Brasil tem um adversário muito difícil de estreia, a Itália, que é um dos favoritos ao título. O segundo foi tão complicado quanto. Perdemos, mas no tie-break, com dois aces ano final do jogo”, relembrou.
Virna até levantou uma tese. “A Olimpíada começa nas quartas de final. Ganhando ou perdendo não importa em nada. Importa só a moral que você ganha, a confiança”, explicou para validar o seu conhecimento em Jogos Olímpicos.
Para reafirmar a sua confiança na seleção masculina de vôlei, ela reviveu um fato do passado. “Na Olimpíada do Rio de Janeiro, a gente começou mal, perdendo. Demos a volta por cima e conseguimos fazer uma final olímpica”.
Virna acha que ainda é muito cedo para apontar se o Brasil é favorito à conquista de medalhas, tanto no masculino quanto no feminino. “ A gente não pode considerar o Brasil mais o favorito. Diferente da minha geração de 1996, nós tínhamos três equipes ali com condições de ser ouro, prato ou bronze”, disse.
“Hoje está tudo muito equilibrado no nível internacional. Vai ganhar quem tiver mais equilíbrio emocional, força, quem for mais ousado e corajoso no momento decisivo. Grandes profissionais a gente têm, que são os maiores técnicos do mundo: Bernardinho e o Zé Roberto. São pessoas admiradas e respeitadas internacionalmente”, finalizou.