Olimpíada 2024: encerramento foge de polêmicas e aposta em coreografia soturna, Phoenix e ícones pop
Cerimônia deu fim aos jogos olímpicos de Paris neste domingo, 11, e fez referência aos próximos, de Los Angeles-2028, com Tom Cruise, Red Hot Chillli Peppers, Billie Eilish e Snoop Dogg
A Olimpíada de Paris-2024 chegou oficialmente ao fim neste domingo, 11. A cerimônia de encerramento adotou um tom mais tradicional e afastado de polêmicas, diferente da abertura.
A banda Phoenix, então, mudou o astral dos atletas e do público nas arquibancadas se apresentando ao lado de outros artistas franceses como a cantora Angèle, o DJ Kavinsky e a dupla Air.
A reta final do evento contou com a execução de hinos, o oficial das olimpíadas, por uma orquestra, e posteriormente o dos Estados Unidos, país que será sede dos próximos jogos, em Los Angeles-2028. A cantora H.E.R. foi a escolhida.
Los Angeles 2028 e a cultura norte-americana
O rito de passagem teve um protagonista inusitado: Tom Cruise, em um momento à la Missão Impossível, surgiu do alto do estádio e pulou, acoplado a um fio de metal que o deixou próximo ao palco. Ele pegou a bandeira olímpica e saiu de moto, dando sequência a um vídeo pré-gravado em que vai de avião até os Estados Unidos e entrega o símbolo a outros atletas, em cena que culmina num show na praia.
Como foi a cerimônia de encerramento da Olimpíada de Paris-2024
A cerimônia teve início ainda do lado de fora do Stade de France, com a música Sous le ciel de Paris cantada por Zaho de Sagazan, acompanhada pelo Coro da Academia Haendel-Hendrix.
Já no palco principal da festa, Emmanuel Macron (presidente da França) e Thomas Bach, presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI) se cumprimentaram e, pouco depois, música moderna e clássica se encontraram sob o comando da regente franco-argelina Zahia Ziouani. A orquestra emendou com o hino da França.
As luzes piscaram ritmicamente no o desfile final com as bandeiras de todas as nações participantes dos jogos. A transmissão da TV Globo focou a imagem em Ana Patrícia e Duda, as representantes brasileiras na cerimônia. A dupla do vôlei de praia ganhou uma das medalhas de ouro do País.
Como de costume, o momento se arrastou por vários minutos, com músicas diversas, em alto astral. Algumas mais conhecidas, como Midnight City (M83). Diferentemente dos eufóricos atletas, parte dos espectadores menos acostumada talvez tenha achado o momento maçante - mas necessário, por dar espaço à variedade de participantes.
A organização convidou o público a um 'karaokê gigante', cantando junto três músicas que fizeram parte da trilha sonora dos eventos esportivos durante os jogos: Les Champs-Elysées (Joe Dassin), Freed From Desire (Gala) e We Are The Champions (Queen).
O hino da Holanda foi tocado durante o último pódio, o da maratona feminina, com a entrega das medalhas de ouro, prata e bronze respectivamente para Sifan Hassan (Holanda), Tigst Assefa (Etiópia) e Hellen Obiri (Quênia).
Um clima soturno e enevoado tomou conta do espetáculo, com um 'viajante dourado' chegando lentamente ao estádio e se encontrando com outros dois personagens sem rosto, que estavam na abertura. Por tradição, o hino da Grécia foi tocado, acompanhado pelo hasteamento da bandeira.
"Os jogos Olímpicos se originaram na Grécia 2.800 anos atrás", informou uma legenda da transmissão oficial. Uma estátua da deusa Nice, parte da mitologia grega, apareceu vinda de baixo. Dezenas de bailarinos completamente vestidos com trajes cinzas, então deram início a uma apresentação envolvendo o símbolo olímpico, com direito a uma apresentação de um antigo hino grego interpretada por um cantor de ópera.
O momento chegou ao fim com a figura dourada no ponto mais alto, amparada pelos outros dançarinos, os anéis olímpicos suspensos no ar e uma sequência de fogos de artifício sobre o Stade de France.
Diversas imagens de momentos marcantes desta edição dos jogos foram exibidas. A banda Phoenix, então, apareceu tocando Lisztomania rodeada por atletas. A cantora Angèle e o DJ Kavinsky se somaram ao grupo para a música Nightcall, e Air para Playground Love.
Rodeados por atletas representando cada um dos continentes, Bach e Macron apareceram novamente para discursos finais. Na sequência, o hino olímpico foi executado pela orquestra da maestro Zahia Ziouani. Momentos depois, seria feita a transição de Paris-2024 a Los Angeles-2028 (leia como foi acima).
A polêmica da abertura da Olimpíada de Paris-2024
A abertura da Olimpíada de Paris-2024 rendeu algumas críticas e polêmicas, em especial momento que foi assimilado ao quadro A Santa Ceia, de Leonardo Da Vinci - apesar de também parecer uma referência ao quadro A Festa dos Deuses, de Jan Hermansz van Biljert.
O diretor artístico da cerimônia, Thomas Jolly, afirmou: "Meu desejo não é ser subversivo, nem zombar, nem escandalizar. Sobretudo, queria enviar uma mensagem de amor, uma mensagem de inclusão e de forma alguma dividir".
A organização chegou a pedir desculpas. Quando a porta-voz de Paris 2024, Anne Descamps, foi questionada sobre os protestos, se posicionou: "Claramente, nunca houve a intenção de demonstrar falta de respeito a qualquer grupo religioso. [...] Ao observar o resultado das pesquisas, acreditamos que esse objetivo foi alcançado. Se as pessoas se sentiram ofendidas, claro, lamentamos muito, muito".