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Olimpíada 2024: Por que primeiro ouro do Brasil e de Bia Souza foi um 'conto de fadas' do judô

Em sua primeira participação nos Jogos, brasileira encerrou jejum do País em Paris e da modalidade, que não subia ao lugar mais alto do pódio desde 2016

2 ago 2024 - 13h39
(atualizado às 13h50)
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Bia Souza exibe sua medalha de ouro
Bia Souza exibe sua medalha de ouro
Foto: Kim Kyung-Hoon

"Eu sou campeã olímpica". Assim que deixou o tatame, Beatriz Souza, às lágrimas, mal conseguia acreditar no que acabara de realizar em Paris. Uma semana depois do início dos Jogos, o Brasil conquistou sua primeira medalha de ouro pelas mãos da estreante nos Jogos Olímpicos. Quinta do ranking mundial, a brasileira de 26 anos viu favoritos da modalidade caírem ao longo dos últimos dias, antes de viver seu próprio 'conto de fadas' em Paris e quebrar o jejum que o judô vivia desde 2016.

Em Tóquio-2020, nenhum judoca chegou ao topo do pódio na modalidade; até esta sexta-feira, o cenário parecia se repetir. Bia deixou sua família no Brasil para competir, sozinha, em Paris. "Deu certo, pelo visto eles não virão na próxima Olimpíada", disse a judoca, ainda emocionada, na Arena de Marte.

"Deu certo, mãe, eu consegui, eu consegui, eu consegui! Foi pela vó, eu amo vocês mais que tudo, eu amo vocês." O que torna a conquista de Bia especial é a dramaticidade da campanha brasileira em Paris. Depois de tropeços Rafael Silva, o 'Baby', Rafaela Silva e Mayra Aguiar, o Brasil chegou ao último dia de disputa do judô individual com uma prata (Willian Lima) e bronze (Larissa Pimenta).

Uma 'rival' que se tornou treinadora e com o peso de um 'jejum' de ouros do Brasil - no judô e em Paris. Esses elementos acompanharam a jornada de Bia na Olimpíada. Quinta do ranking mundial, começou sua caminhada olímpica contra Izayana Marenco, judoca da Nicarágua - 77ª no ranking. Favorita, correspondeu às expectativas e avançou sem dificuldades: ippon em menos de um minuto de combate. Esse, no entanto, foi o único combate que a judoca enfrentou alguém abaixo de seu ranking.

Ela não é uma azarona, propriamente dito. Mas todas as adversárias que encarou depois das oitavas estavam melhor colocadas na categoria acima dos 78 kg. Hayun Kim, nas quartas (4ª colocada no ranking); Romane Dicko (1º lugar) na semifinal; e Raz Hershko, de Israel, número dois do mundo. No primeiro, vitória por waza-ari; no segundo, imobilização; na final, novo waza-ari e domínio sobre Hershko.

Primeira, segunda e quarta colocada no ranking. Somando os quatro combates, Bia passou ilesa. Sem nenhum golpe sofrido. Caminhada histórica que, para a atleta, começou aos 13 anos, quando deixou sua casa em Itariri, no interior de São Paulo, para a capital paulista, onde permanece até então. E no pódio, dividiu espaço com as outras três judocas, que eliminou ao longo de seu último capítulo nesta jornada.

"A luta mais difícil não é nem contra minhas adversárias, mas contra mim mesmo."

Estadão
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