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Olimpíada: mesa-tenistas do Brasil lidam com a ansiedade

Antes da estreia, atletas se comportam de maneira diferente: Hugo Calderano usa a experiência; Bruna Takahashi não sente a pressão

19 jul 2021 - 14h35
(atualizado às 15h07)
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Em uma competição do tamanho da Olimpíada, a ansiedade é mais um dos obstáculos. Cada atleta reage da sua maneira: há quem não sinta o nervosismo, como Bruna Takahashi; os que até sentem, mas buscam controlar, como Jessica Yamada; e aqueles que usam o problema para se motivar. É o que acontece com Hugo Calderano. A poucos dias dos Jogos de Tóquio-2020, a delegação de tênis de mesa do Brasil busca na experiência e no trabalho em equipe receitas para superar a tensão inicial.

Carol Kumahara (esq.) e Jessica Yamada (dir.) treinam para Olimpíada Gaspar Nóbrega COB
Carol Kumahara (esq.) e Jessica Yamada (dir.) treinam para Olimpíada Gaspar Nóbrega COB
Foto: Gaspar Nóbrega / COB

O grau de experiência varia entre os brasileiros do tênis de mesa que estão no Japão. Giulia Takahashi, por exemplo, participa de sua primeira edição, aos 16 anos. Com o celular na mão, ela já vinha antecipando sua viagem ao Japão com fotos e vídeos da Vila Olímpica, o que aumentava ainda mais sua vontade de chegar ao país asiático.

"Já vi algumas coisas sobre a Vila Olímpica, estou bem ansiosa. É uma experiência muito boa, vou guardar para sempre, minha primeira Olimpíada", projetou. A entrada na Vila acontece nesta terça-feira, quando o grupo se despede de Hamamatsu.

A situação é a mesma com Vitor Ishiy, que fará a sua estreia um pouco mais velho, aos 26 anos. O atleta conta que representar seu país nos Jogos Olímpicos sempre foi seu sonho, mesmo antes de descobrir seu esporte. "Quando era pequeno, via na TV e pensava: 'Imagina um dia poder representar o Brasil nos Jogos?'", contou. Por isso, precisará do apoio dos companheiros para controlar sua ansiedade.

"A gente tem uma boa equipe, os outros atletas podem me passar um pouco da experiência deles. Já participaram de outras edições. A CBTM também está ajudando a gente com a preparação mental. Então é tentar não pensar muito que é minha estreia, jogar o que eu sei jogar e tentar trazer alegria para o Brasil", planejou Ishiy.

Um desses companheiros experientes pode ser Hugo Calderano. Depois de disputar sua primeira edição no Rio de Janeiro, em 2016, o brasileiro chega confiante para este ano. "Os Jogos Olímpicos ficam na minha cabeça, principalmente nessa reta final", afirmou. Mas, para ele, quanto maior a responsabilidade, melhor.

"Tem uma 'pressãozinha' a mais, mas me divirto muito nessas competições. Jogos Olímpicos, Pan-Americanos, Campeonato Mundial. Sempre nesses momentos que tem aquela responsabilidade a mais, acabo me divertindo mais. Isso ajuda a elevar meu nível. Não levo como uma coisa ruim. Você sente um pouco mais de pressão, mas nos meses anteriores vou me preparando para isso", contou o atleta.

Mas o caso de Bruna Takahashi é ainda mais extremo. A atleta conta que não sente nervosismo ou pressão, que lida bem com tudo isso. Ou melhor, que não fica "ansiosa no sentido negativo". Os últimos momentos antes de competições importantes, como a Olimpíada, são convertidos em empolgação. "Fico animada por estar ali jogando uma Olimpíada. Não fico nervosa, mas fico muito empolgada", revelou.

Jessica Yamada pensa de uma forma diferente, mas entende que existem diferentes formas de lidar com a ansiedade pré-competição. A atleta de 31 anos tem bastante bagagem e sabe que isso pode ser um diferencial, principalmente em momentos como esse. Apesar disso, será sua estreia em uma Olimpíada.

"Nervoso e ansioso, acredito que todo mundo fique. Mas tenho bastante experiência, já tive muitas estreias em muitos países. Acredito que vai ser parecido. Nunca tive problema para dormir, todo mundo sabe que eu durmo bastante… Lógico que a gente não consegue saber, mas espero que eu não fique muito ansiosa. Existem técnicas que podem ajudar, vou colocar tudo isso em prática para controlar bem as emoções e chegar inteira", finalizou.

Estadão
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