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Olimpíada: sem bandeira e hino, Rússia almeja 50 medalhas

Potência esportiva mundial, país terá 300 atletas competindo como neutros na Olimpíada após punição por escândalos de doping

16 jul 2021 - 19h40
(atualizado às 20h04)
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Uma das maiores potências esportivas do planeta, a Rússia não terá bandeira hasteada e hino executado mais uma vez em uma edição de Jogos Olímpicos em caso de conquistas por parte de seus atletas em Tóquio. Isso se deve à suspensão imposta pela Agência Mundial Antidoping (Wada), devido ao esquema de dopagem patrocinado pelo governo do país, que foi revelado antes da edição anterior do megaevento poliesportivo, no Rio de Janeiro, em 2016.

Logo da Olimpíada Tóquio 2020 em Tóquio
22/01/2021 REUTERS/Issei Kato
Logo da Olimpíada Tóquio 2020 em Tóquio 22/01/2021 REUTERS/Issei Kato
Foto: Reuters

Ao todo, serão enviados à capital japonesa mais de 300 atletas, que participarão das competições como neutros, sendo que a expectativa das autoridades esportivas russas é de que a delegação consiga cerca de 50 medalhas.

"Somos uma equipe unida, e quando estamos unidos, somos invencíveis. Teremos que competir sem bandeira e sem hino, mas o mais importante é que a lealdade e o amor ao nosso país estão dentro de nós. Garanto que isso ninguém pode nos tirar", afirmou Svetlana Romashina, cinco vezes campeã olímpica no nado sincronizado.

Embora, pelo medo de contrair covid-19, tenha se ausentado da Eurocopa de futebol, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, abriu uma exceção para receber os atletas do país que participarão dos Jogos de Tóquio.

Putin desejou uma "participação bem-sucedida" à equipe olímpica e pediu que os atletas russos respeitem as normas impostas na capital japonesa. Ao todo, a Rússia contará com 335 atletas em Tóquio, cerca de 50 a mais do que na edição do Rio, quando todos os representantes do atletismo foram suspensos, assim como muitos de levantamento de peso, remo, ciclismo, natação e canoagem.

Além disso, 60% dos representantes da Rússia foram vacinados contra a covid-19, e os demais já contam com anticorpos contra a doença, segundo o Comitê Olímpico Russo (COR).

A meta do comitê é de que os atletas russos consigam resultados semelhantes aos obtidos em 2016 e obtenham o terceiro lugar no quadro final de medalhas. "Planejamos lutar por cerca de 50 medalhas", afirmou Stanislav Pozdniakov, presidente do COR.

Nos Jogos do Rio, os russos conseguiram 56 medalhas, sendo 19 de ouro, e ficaram em quarto no geral, atrás de Estados Unidos, Grã-Bretanha e China. As modalidades em que os dirigentes russos mais esperam bons resultados estão luta-livre, judô, ginástica artística, esgrima, boxe, natação e nado sincronizado.

Entre as estrelas emergentes do esporte da Rússia está o nadador Kliment Kolesnikov, que no último Campeonato Europeu bateu o recorde mundial dos 50 metros costas. Já entre as modalidades coletivas, as esperanças russas se concentram no handebol feminino, no polo aquático feminino e no vôlei masculino.

Punição

Quando um atleta nascido na Rússia ou uma equipe do país vencer uma competição nos Jogos de Tóquio, o hino nacional não será executado, mas sim uma melodia composta por Piotr Tchaikovsky. No quadro de medalhas, a sigla que representa os russos será trocada por uma referente ao comitê olímpico nacional.

Isso é consequência do escândalo de doping que, inicialmente, atingiu o atletismo, e depois atletas de esportes de inverno nos Jogos de Sochi. A Wada decidiu suspender o país de eventos por quatro anos, ainda em 2019.

Para atletas do nado sincronizado, sequer poderão ser executadas músicas que mencionem a palavra Rússia. Outra medida restritiva imposta pela Wada é impedir a presença nos locais de competição de funcionários do governo do país, embora o presidente Vladimir Putin possa receber um convite especial do governo do país organizador, escapando da proibição.

Atletismo com 10 atletas

No Rio de Janeiro, em 2016, a Rússia teve apenas um representante, a saltadora Daria Klishina. Em Tóquio, por sua vez, serão dez, todos competindo como neutros, após autorização concedida pela federação internacional da modalidade (World Athletics).

Há atletas do país, no entanto, que chegarão à capital japonesa com ares de favoritismo, como María Lasitskene, atual tricampeã mundial do salto em altura, e Anzhelika Sidorova, do salto com vara.

A interrogação é Sergey Shubenkov, campeão europeu e mundial dos 110 metros com barreira, que conseguiu aval para estar nos Jogos já na reta final de preparação, após ficar afastado das competições por quase seis meses, devido a suspeitas de doping.

Estadão
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