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Olimpíadas 2024: Brasil bate Japão no basquete e 'seca' rivais de outros grupos

Bruno Caboclo assume protagonismo que lhe é esperado, e seleção faz melhor jogo no torneio, mas talvez tenha sido tarde demais

2 ago 2024 - 07h54
(atualizado às 07h56)
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O Brasil venceu o Japão por 102 a 84 na terceira e última rodada do Grupo B do basquete masculino dos Jogos Olímpicos de Paris-2024. Com o resultado, a seleção confirma a terceira posição, atrás de França e Alemanha. Agora, resta torcer contra adversários de outros grupos para conseguir classificar-se como um dos melhores terceiros colocados.

A equipe precisava sobretudo da vitória. Com isso, já foi possível ficar em terceiro lugar no Grupo B. Mais do que isso, era necessária uma boa vantagem, para recuperar os 25 pontos negativos de saldo, após duas derrotas na campanha. A vitória não positivou o saldo, mas o deixou em 7 pontos negativos.

Além de depender de si, porém, a seleção brasileira olha agora para Espanha e Sudão do Sul, respectivamente terceiros colocados dos grupos A e C. Os espanhóis precisam perder contra o canadenses, em jogo que ocorre às 12h15. Se isso não acontecer, ou o saldo ainda não for suficiente, o Brasil passa a secar o time sul-sudanês, que enfrenta a Sérvia, às 16h, do sábado, 3.

O Brasil começou inspirado. A equipe parecia não cair na pressão do desafio que encarava. Mesmo com o Japão abrindo o placar, o time brasileiro buscou rapidamente a virada e não deixou de liderar a partida.

Com a necessidade de saldo, o Brasil buscava arremessos de três, o que vinha funcionando. A vantagem era boa, mas longe do necessário, no final do primeiro quarto, que finalizou 31 a 20.

O Japão encostou no começo do segundo quarto. O Brasil não conseguia recuperar os rebotes na defesa, e o técnico Aleksandar Petrovic precisou pedir tempo para corrigir o time.

As instruções funcionaram, e a seleção brasileira conseguiu melhorar na defesa, forçando que os japoneses arriscassem arremessos de longe. Assim foi possível alargar a margem do placar, que chegou a 50 a 36 para o Brasil.

Ao final do primeiro tempo, os brasileiros venciam por 55 a 44, mesmo que o segundo quarto tenha terminado empatado por 24 a 24. A equipe mostrava resiliência após dois jogos ruins. A média de pontos do time, nas partidas anteriores, havia sido menor que 70.

A busca por arremessos de três pontos foi refletida na estatística. O Brasil fechou a primeira etapa com aproveitamento de 85% nesses lances, convertendo 11 dos 13 arremessos.

Bruno Caboclo conseguiu assumir o protagonismo que lhe é esperado, no começo da partida, após ter sido eliminado contra a Alemanha. Ele terminou o primeiro tempo com 15 pontos. Ainda assim, o time mostrou não depender apenas do camisa 51 e jogou sem ele em bem boa parte do segundo quarto.

O armador Marcelinho Huertas, de 41 anos, saiu de quadra mancando no primeiro tempo Ele sentia o mesmo tornozelo que já havia sido problema em jogos anteriores. A apreensão foi substituída por um ponto e uma assistência logo na volta para o segundo tempo.

O recomeço de jogo mostrou o Brasil mais focado. Com intensidade, o quinteto composto por Caboclo, Raulzinho, Gui Santos, Leo Meindl e Marcelinho chegou a 16 pontos de vantagem.

Uma pedra no sapato foi o pivô Josh Hawkinson. O japonês nascido em Seattle, nos Estados Unidos, converteu cinco arremessos de três pontos no segundo tempo.

Na ausência de Rui Hachimura, estrela do Los Angeles Lakers que sofreu uma lesão na panturrilha esquerda, Yuki Kawamura assumiu o protagonismo da equipe japonesa.

A seleção dispersou e perdeu o controle emocional com marcações de faltas. O Japão aproveitou e diminuiu a vantagem para apenas dois pontos. O terceiro quarto foi dos japoneses, por 24 a 22.

A seis minutos do final do jogo, a vantagem brasileira era cinco pontos. Nesse momento, importava mais garantir a vitória, embora ainda fosse necessário fazer saldo. Entretanto, ainda foi possível buscar uma recuperação e vencer com 18 pontos de diferença.

Diante de um aguerrido Japão, o Brasil fez o jogo que deveria ter feito desde o começo da Olimpíada. Caboclo, que demonstrou imaturidade contra a Alemanha, foi decisivo com 31 pontos. Secar os rivais ainda é necessário. Talvez tenha sido tarde demais para jogar fazer o melhor jogo no torneio.

Estadão
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