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Olimpíadas 2024: Zé Roberto chora com Thaísa e deixa futuro nas mãos de sua mulher: 'Ela que manda'

Cansado, treinador tricampeão olímpico não sabe se vai continuar na seleção brasileira e prefere festejar o bronze agora para pensar no seu destino depois

10 ago 2024 - 15h10
(atualizado às 16h37)
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PARIS - Exausto depois de encerrada a participação em sua nona edição de uma Olimpíada e cansado de responder sobre seu futuro, José Roberto Guimarães prefere, no momento, festejar o bronze que ele e a seleção brasileira feminina de vôlei ganharam em Paris do que contar se permanecerá ou não no comando da equipe. Seu destino será definido por sua mulher, Alcione, com quem é casado há mais de 40 anos.

"Quem manda em mim é a Alcione", disse o técnico. Sua resposta foi séria, mas em tom de brincadeira. Certo é que ele se reunirá com com o presidente da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), Radamés Lattari, e com o diretor técnico Jorge Bichara no fim deste mês para tratar do assunto. No encontro, será feito um apanhado sobre o ciclo olímpico que terminou com o bronze na capital francesa.

"O sentimento é de comemoração, de medalha de bronze. Eu sempre entreguei minhas coisas na mão de Deus. Eu amo o que faço, mas não posso responder agora. Vou dar tempo a tempo", pontuou. Não está em seus planos se tornar coordenador. O técnico é "professor de alma", como diz. Inquieto, é incapaz de assistir aos treinos sem corrigir os fundamentos e orientar as atletas.

Seu desejo a curto prazo é apenas comemorar a medalha de bronze, que as jogadoras vão receber no domingo, último dia das Olimpíadas de Paris. Depois, a saúde será prioridade. "Estou com dor em tudo", brinca. Ele relata ter problemas no joelho, nas costas e diz que terá de passar por cirurgia nos tendões do ombro.

Dono de cinco medalhas olímpicas, Zé Roberto tem todas as três cores em sua galeria. Tricampeão, ele também ostentava uma prata e agora pôde comemorar o bronze que o Brasil conquistou ao derrotar a Turquia neste sábado, na Arena Paris Sul 1. Treinadores não recebem medalhas olímpicas, mas a conquista fica no histórico do paulista de 70 anos, um ícone do vôlei nacional.

Zé Roberto foi campeão pela primeira vez com a seleção masculina, em Barcelona-1992, Olimpíada a partir da qual o Brasil se firmou como potência do voleibol para nunca mais terminar uma edição de Jogos fora do pódio. "A gente gostaria de ter ganhado o ouro ou disputado uma final, mas chegamos muito perto. Ficaria muito triste se voltássemos para o Brasil sem medalha. Isso é história", afirmou o técnico.

Depois do primeiro título olímpico, Zé ajudou a seleção feminina a ficar com o ouro em Pequim-2008 e Londres-2012, além da prata em Tóquio-2020. O currículo com títulos e um vice-campeonato não o impediu de valorizar muito o bronze deste sábado e o trabalho das jogadoras.

Choro, despedida e agradecimento

O técnico diz que o bronze não teria vindo sem Thaísa, que se despediu neste sábado da seleção. Em uma entrevista emotiva, a central de 37 anos e o treinador choraram, se recompuseram e relembraram o quanto um foi e ainda é importante para o outro. A jogadora lembrou que o técnico foi o único a lhe ajudar quando sofreu grave lesão no menisco e correu o risco de se aposentar aos 29 anos.

"Foi o momento mais difícil da minha vida e ele estava dando a mão pra mim", recorda Thaísa. "Provavelmente minha carreira teria acabado ali. Ele me pegou pela mão e falou: 'estou contigo, sua carreira não vai acabar". Ele me trouxe de volta à vida, depois me trouxe de volta à seleção e agora conseguimos uma medalha juntos. Vou relembrar disso para o resto da minha vida".

"Sem ela, a gente não teria conquistado essa medalha. Ela foi extremamente importante em todos momentos. Ela representa muito para o vôlei mundial, não só brasileiro", constata o treinador, que chamou a atleta para voltar à seleção neste ciclo depois de ela ter ficado de fora de Tóquio-2021. "Quando ela aceitou, eu pensei: 'estamos no caminho, temos chance'. E quando vimos ela treinando, orientando as mais jovens, a gente só ganhou com ela. É uma das melhores centrais do mundo. Temos que reverenciar essa mulher todos os dias".

Medalhas de Zé Roberto Guimarães

  • Ouro em Barcelona-1992 (seleção masculina);
  • Ouro em Pequim-2008 (seleção feminina);
  • Ouro em Londres-2012 (seleção feminina);
  • Prata em Tóquio-2020 (seleção feminina);
  • Bronze em Paris-2024 (seleção feminina).
Estadão
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