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Organização diz que Olimpíada de Tóquio acontecerá mesmo sem fim do coronavírus

Apesar de temor com a pandemia, dirigentes japoneses ainda não discutem a possibilidade de um novo adiamento

5 ago 2020 - 09h48
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Os Jogos Olímpicos de Tóquio, adiados deste ano para 2021, agora com a cerimônia de abertura agendada para o próximo dia 23 de julho, vão acontecer mesmo que o novo coronavírus não desapareça ou ainda não haja uma vacina contra ele. Essa é a posição de Toshiro Muto, chefe do Comitê Organizador da Olimpíada no Japão, em entrevista ao jornal britânico Financial Times, que afirmou ainda que não há a possibilidade de um novo adiamento.

"Não sei qual será o estado das infecções por novo coronavírus no próximo verão (no hemisfério norte), mas as chances de que isso seja algo do passado não são altas. Em vez disso, o importante é realizar as Olimpíadas para pessoas que precisam conviver com a covid-19", disse o dirigente japonês.

Muto assegurou que recebeu garantias do governo do Japão, liderado pelo primeiro ministro Shinzo Abe, que se comprometeu a assumir uma parte maior na responsabilidade de realizar os Jogos Olímpicos por conta do grande aumento nas contas causado pelo adiamento.

"Foi o governo nacional que decidiu adiar um ano. Com isso, a situação mudou um pouco. Além disso, realizar as Olimpíadas durante o coronavírus significa que a estratégia antivírus é crucial. A estratégia covid-19 deve ser definida em nível nacional", afirmou.

Com o adiamento, os custos para a realização dos Jogos Olímpicos aumentaram, mas o objetivo do Comitê Organizador é cortar o que for possível. Muto espera ter um novo orçamento em vigor até outubro e disse que pode ser difícil conseguir novos patrocinadores no clima atual, ainda cercado de incertezas.

"Numa época de infecções por covid-19, ter toda a pompa e folia das Olimpíadas não teria muita simpatia das pessoas em todo o mundo que experimentaram esse vírus. Antes, queremos algo simples, mas inspirador. Este é o mês em que planejamos nosso orçamento para o próximo ano. Não temos ideia de quanto nos pagarão. Reconheço que há uma série de opiniões entre os patrocinadores. Para alguns deles, seus resultados foram atingidos pelo coronavírus, mas não é necessariamente o caso de todos terem sofrido um impacto negativo. Existem empresas que também ganharam", completou Muto.

Estadão
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