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Pai de Caio Bonfim pede apoio de patrocinadores: ‘Medalha é resultado do investimento da família’

Atleta do Distrito Federal conquistou a prata na marcha atlética em Paris-2024

2 ago 2024 - 08h37
(atualizado às 09h06)
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Caio Bonfim conquista a prata com a Torre Eiffel ao fundo
Caio Bonfim conquista a prata com a Torre Eiffel ao fundo
Foto: Divulgação/Wagner Carmo/CBAt

Caio Bonfim conquistou a inédita medalha de prata da marcha atlética brasileira nos Jogos Olímpicos de Paris. Para realizar o sonho, o atleta nascido no Distrito Federal contou com o apoio tanto financeiro quanto esportivo da família. Ele é treinado por Gianetti Bonfim e João Sena, seus pais.

  • A cobertura dos Jogos de Paris no Terra é um oferecimento de Vale.

Antes de o esforço ser coroado aos pés da Torre Eiffel, o marchador de 33 anos já havia participado de três Olimpíadas e conquistado inúmeras medalhas em mundiais e Pan-Americanos. Feitos esses que não foram suficientes para ele receber o apoio de patrocinadores.

Em entrevista após a conquista do filho, João Sena lamentou a falta de apoio de empresas privadas. Junto ao investimento familiar, Caio Bonfim recebe Bolsa Atleta Nacional e do Distrito Federal, além de ajuda da Marinha

“Essa medalha é resultado do investimento da família. Eu fiz vaquinha, não vou negar e dizer que sou o ‘bambambam’. Não, eu pedi ajuda da família. O Caio é fruto da ajuda da família Oliveira e Bonfim. Não vou esquecer que a CBAt ajudou, nesse que é o ano olímpico, os quatro anos, tivemos ajuda do COB, de tudo. Mas o Caio precisa de patrocinador, ajuda da rede privada. Não faz mal. Qual é o problema de ele ter 15 patrocinadores? Até agora ele não tem nenhum. Ele só tem a parte que é a do Brasil, tudo que nós temos vem da ajuda nacional”, disse Sena à TV Globo.

Com o pódio em Paris, o pai de Caio Bonfim espera uma mudança no cenário do atletismo nacional. Para ele, idas para competições na Europa são essenciais para o desenvolvimento dos competidores brasileiros.

“Essa medalha é para ajudar todo o atletismo. Como se faz para ganhar uma medalha de prata? É gastando dinheiro, trazendo os atletas para a Europa para competir e dizendo: ‘eu tenho condições de ganhar’. Agora, só trazendo para a Olimpíada não dá. Nós temos que investir. Essa medalha diz: ‘se investir, vai dar certo’”, continuou.

Em um desses exemplos, Caio Bonfim compete em torneios ao redor do mundo desde os 17 anos, o que foi essencial para o confronto direto contra europeus, que são os principais nomes da modalidade.

“‘Ah, o brasileiro tem problema emocional’. Não, ele tem é falta de costume de competir em grandes competições. Então, o que a gente fez desde que o Caio tinha 17 anos? Mandávamos para a Europa. O que aconteceu hoje com o resultado dessa medalha? Foi o resultado de um investimento”.

De acordo com Sena, atletas olímpicos são fruto do investimento e apoio dos pais. Aliás, ele brincou que grande parte de suas dívidas são fruto do apoio ao filho na carreira esportiva: “Quando o Brasil acha um talento, todo treinador e os pais investem no atleta. Não existe atleta olímpico sem ajuda dos pais. Hoje, 80% das minhas dívidas foram investindo no Caio”.

O pai de Caio Bonfim, no entanto, garante que não guarda arrependimento: “Não me arrependo de nada. Desde a primeira vez que levei a marcha atlética para os Jogos Escolas em Brasília no ano de 1981. Todos os sete foram desqualificados. O resultado está aqui com a medalha olímpica do Caio Bonfim. Acho que até os 82 anos ainda estou pagando minhas dívidas”, completou.

Além do apoio ao filho, João Sena tem o Centro de Atletismo de Sobradinho (CASO), projeto social fundado na década de 1990 e usado para treinar jovens e adultos.

Caio Bonfim comemora prata
Caio Bonfim comemora prata
Foto: REUTERS/Amanda Perobelli

Outras tentativas antes da medalha

Essa é a quarta participação olímpica de Caio Bonfim. Em 2012, o brasileiro estreou no evento aos 21 anos e ficou na 37ª colocação, precisando usar cadeira de rodas para deixar o local da disputa. O melhor desempenho até então veio em 2016. No Rio de Janeiro, ele ficou muito perto do pódio e passou pela linha de chegada na quarta colocação, apenas cinco segundos atrás do bronze.

Em território brasileiro, o atleta também disputou o percurso de 50km e fechou a prova com bom desempenho, na nona colocação. Após ficar no quase na capital fluminense, o competidor do Distrito Federal foi ao Japão, mas não teve desempenho tão satisfatório quanto quatro anos antes. Em Tóquio-2020, completou a disputa no 13º lugar. 

Treinamento nas ruas e em estádio

No Brasil, Caio Bonfim treina pelas ruas do Distrito Federal e no Estádio Augustinho Lima, principal ponto de treinamentos do Centro de Atletismo de Sobradinho (CASO). Inaugurado no fim dos anos de 1970, o local atualmente não recebe partidas oficiais de futebol e apresenta condições de má conservação.

Conforme Sâmela Oliveira, prima do atleta, mostrou em vídeo publicado no Instagram, o estádio apresenta mato alto e asfalto deteriorado na pista de atletismo. Ao Terra, a Secretaria de Esportes e Lazer do Distrito Federal informou que faz "visitas técnicas constantes" e que melhorias no estádio estão em fase de estudos.

Prima mostra o local em que Caio Bonfim treina no DF
Prima mostra o local em que Caio Bonfim treina no DF
Foto: Reprodução/Instagram/asamelaoliveira
Fonte: Redação Terra
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